O emprego que se atribui aos numerais

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

Estudos anteriores permitiram-nos conhecer os aspectos inerentes a um dos elementos que integram as chamadas classes de palavras – os numerais. Dentre tais aspectos, menciona-se o fato de que eles, assim como tantos outros, são passíveis de flexão, mais precisamente no que tange ao gênero e ao número.

Somados a esses traços peculiares, há também um a que devemos nos atentar – quais circunstâncias linguísticas se relacionam ao emprego dos numerais? Eis, portanto, a finalidade a que se propõe o artigo em questão.

a) Naquelas em que o numeral se encontra posposto ao substantivo, cujo emprego se designa a reis, papas, séculos e capítulos de obras, empregamos:

* Na escrita, os números romanos; e na leitura, os numerais ordinais. Tal pressuposto somente é válido se a ordenação indicar até o décimo elemento.
Exemplos:

Capítulo IV (quarto)
Papa João Paulo II (segundo)
Século III (terceiro)

* No caso de a ordenação se referir ao décimo primeiro em diante, a leitura se dará por meio dos números cardinais.
Exemplos:

João XXIII (vinte e três)
Capítulo XXX (trinta)
Canto XV (quinze)

b) Quando anteposto ao substantivo, empregamos os números ordinais.
Exemplos:

21º andar (vigésimo primeiro)
5ª estrofe (quinta)
10ª fila (décima)

c) Para indicar o primeiro dia de cada mês, utilizamos sempre numeral ordinal.

Primeiro de abril é considerado o dia da mentira.

d) Na numeração de casas, apartamentos, páginas, andares de edifícios, blocos e outros elementos equivalentes, utilizamos os cardinais.
Exemplos:

casa 2 (dois)
página 33 (trinta e três)
bloco 5 (cinco)

Observação importante:

- Caso o numeral venha antes do substantivo, usamos os ordinais.
Exemplos:

21º andar (vigésimo primeiro)
3ª casa (terceira)

e) Na numeração de decretos, portarias, leis, artigos e outros textos considerados oficiais, empregamos os ordinais até o nono, e os cardinais a partir do número dez.
Exemplos:

artigo 5º (quinto)
parágrafo 3º (terceiro)
parágrafo 11 (onze)

f) Não devemos empregar o cardinal “um” antes de “mil”.
Exemplo:

As custas relativas ao processo ficaram em mil reais.

g) Ao nos referirmos aos termos “milhão” e “milhar”, empregamos o artigo masculino, de modo a adequá-lo ao gênero de ambos (masculino).
Exemplos:

Os cinco milhões serão devolvidos.
Os dois milhares de desabrigados.

h) O numeral cardinal representado por “um” e o artigo indefinido “um” tendem a provocar uma certa confusão. Diante disso, apenas utilizamos o “um” quando este representar quantidade exata, obtendo como plural o numeral dois. O uso do artigo refere-se à indicação de um ser indeterminado, cujo plural é uns.
Exemplos:

Apenas um garoto compareceu ao treinamento. (numeral)
Um garoto estava circulando no pátio da escola. (artigo indefinido)

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