A ambiguidade como fator resultante do emprego inadequado dos pronomes possessivos

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

A duplicidade de sentido revela a característica principal de casos considerados ambíguos

 

Consideremos, pois, que no título há um termo entre os demais que nos chama a atenção – “ambiguidade”. Em se tratando dela, não há como negar: integra os chamados ruídos, entraves, barreiras – sinônimos esses que interferem de forma direta na qualidade textual e, por assim dizer, merece toda nossa atenção e cuidado, de modo que essa ocorrência não se torne um procedimento corriqueiro.

Assim sendo, dizemos que, em alguns casos, a falta de clareza expressa pelas ideias de um enunciado, ou texto qualquer, pode ser caracterizada como ambiguidade. Para sermos mais claros, o referido entrave nos permite fazer uma dupla interpretação daquilo que é dito ou escrito – o que impede que a interlocução seja materializada de forma plausível.

Partindo desse pressuposto, vale mencionar que são muitos os casos representativos. Contudo, por meio do artigo que ora se manifesta, nosso intento é abordar acerca do emprego inadequado dos pronomes possessivos – que representa um típico exemplo do fato em questão. Dessa forma, propomo-nos a uma análise mais detalhada, tendo como base o exemplo abaixo descrito:

Assim que se encontrou com Beatriz, Pedro fez comentários acerca de seus resultados no processo avaliativo.

O que se pode inferir é que há uma falta de clareza no que tange ao uso do pronome “seus”, haja vista que os comentários feitos por Pedro podem estar se referindo aos resultados de Beatriz, aos resultados dele, ou até mesmo ao resultado de ambos.

Que complicado, não?

Como sabemos, a língua portuguesa oferece muitos recursos para construirmos nosso pensamento e, assim, proferirmos nossos discursos de forma adequada e compreensível aos olhos de nosso interlocutor. Para tanto, de modo a evitarmos essa equivocada ocorrência, podemos utilizar os pronomes “dele(s)” e “dela(s)”, que também são possessivos. Nesse sentido, faremos uma reformulação no enunciado que nos serviu de exemplo, tornando-o mais claro e preciso:

Assim que se encontrou com Beatriz, Pedro fez comentários acerca dos resultados dela no processo avaliativo.

Assim que se encontrou com Beatriz, Pedro fez comentários acerca dos resultados dele no processo avaliativo.

Assim que se encontrou com Beatriz, Pedro fez comentários acerca dos resultados deles no processo avaliativo.


Eis que resolvemos o impasse e compreendemos perfeitamente o discurso ora abordado.

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