A vírgula – um simples sinal pode mudar todo o sentido?

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

Antes de desvendarmos tal indagação, é importante percebermos que este sinal de pontuação – ora representado pela vírgula – possui acepções que vão além de uma simples pausa relacionada à linguagem oral. O sinal encontra-se relacionado a fatores de natureza sintática, dos quais todo usuário necessita ter conhecimento. Citá-los aqui não nos é viável, dada a intenção a que se presta o artigo, mas devemos sempre ter consciência de sua importância para a construção de textos mais fluentes, claros e precisos.

Além desses aspectos, há que se ressaltar que a vírgula mantém uma estreita relação com a intencionalidade discursiva, ou seja, sua existência ou não depende muitas vezes da intencionalidade do falante. Eis aí o ponto fundamental que nos permitirá chegar ao ápice de nossa discussão.

Observemos, pois, os seguintes enunciados:

Maria, estuda todos os capítulos para a avaliação.

Maria estuda todos os capítulos para a avaliação.

Pega ladrão!

Pega, ladrão.


Em todos eles, a vírgula determinou sua razão de existir, uma vez manifestando a intenção que o emissor deseja conferir à mensagem ora proferida. No primeiro e último exemplos, temos que a enunciação representa um chamamento, uma invocação, direcionados tanto à Maria, quanto ao ladrão. E se estamos diante de um vocativo, a presença da vírgula é necessária.

Atendo-nos ao segundo e terceiro exemplos, constatamos a presença das mesmas características em relação à forma (quando comparados aos exemplos já citados). Entretanto, notamos que a mensagem retratada pelas sentenças se diverge completamente, pois ambas afirmam uma ação revelada pela forma verbal.

Motivos estes que reafirmam a indagação presente no título do artigo.

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