O modernismo foi um estilo de época cuja estética foi marcada por antiacademicismo e nacionalismo crítico. Suas três fases foram: nacionalista, antiacadêmica e social.
O modernismo foi um estilo de época marcado pelo antiacademicismo. Ele surgiu no início do século XX, na Europa. Na literatura mundial, contou com nomes como o tcheco Kafka e o irlandês James Joyce; na pintura, com o francês Henri Matisse e o neerlandês Piet Mondrian. Já a música modernista teve artistas como o austríaco Schoenberg e o russo Stravinski.
A estética modernista apresentou caráter inovador, nacionalismo crítico e crítica sociopolítica. A literatura modernista brasileira foi representada por autores como Oswald de Andrade e Mário de Andrade. Já a literatura portuguesa contou com o internacionalmente conhecido Fernando Pessoa.
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O modernismo foi um estilo de época vigente durante o século XX.
Ele surgiu em um contexto de tensão política e inovação científica.
A literatura, a música e a pintura modernistas tiveram postura antiacadêmica.
Apresentou estas fases: nacionalista, antiacadêmica e social.
Fernando Pessoa (e seus heterônimos) foi o principal nome do modernismo português.
Mário de Andrade e Oswald de Andrade foram os principais autores modernistas do Brasil.
O modernismo foi um estilo de época do século XX. Nesse século, várias obras artísticas e literárias apresentaram características em comum que as filiaram a esse movimento artístico.
O modernismo surgiu na Europa como reflexo das artes de vanguarda produzidas nesse continente no início do século XX.
No início do século XX, a tensão política entre as grandes potências europeias despertou o nacionalismo e o discurso bélico. Assim, a disputa entre os países imperialistas acabou levando à Primeira Guerra Mundial, que durou de 1914 a 1918. Após esse conflito, a Europa viu aumentar o sentimento nacionalista e o surgimento de ideologias extremistas.
O nazifascismo precedeu, portanto, à Segunda Guerra Mundial, que durou de 1939 a 1945. Com o fim desse segundo grande conflito bélico, o mundo sofreu uma divisão de caráter político, de forma que passou a haver uma disputa de poder entre os países capitalistas e socialistas. Tal conflito ficou conhecido como Guerra Fria e durou décadas.
No entanto, o século XX não apresentou apenas guerra e destruição. Houve também um grande desenvolvimento tecnocientífico. Desse modo, os eventos sociais e políticos, além das inovações científicas, estimularam os artistas não só a refletirem sobre as mazelas de seu tempo mas também a fazerem uma arte nova e revolucionária.
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A literatura modernista esteve em vigor durante várias décadas do século XX. Ela apresentou caráter antiacadêmico, experimental e antirromântico. Outras características desse tipo de literatura foram:
nacionalismo crítico;
conflito existencial;
valorização da linguagem coloquial e de elementos regionalistas.
Houve também a vertente social ou neorrealista da literatura modernista, que buscou mostrar os problemas sociais de um país. A prosa foi marcada por fluxo de consciência, fragmentação, realismo fantástico e metalinguagem. Na poesia, predominou a liberdade formal e os versos livres.
Foram escritores modernistas conhecidos mundialmente:
Virginia Woolf (1882-1941) — inglesa;
James Joyce (1882-1941) — irlandês;
Franz Kafka (1883-1924) — tcheco.
O que caracterizou as artes modernistas foi seu aspecto antiacadêmico, que levou à inovação. Na música, os principais artistas foram o austríaco Arnold Schoenberg (1874-1951) e o russo Ígor Stravinski (1882-1971). Schoenberg inovou ao criar o dodecafonismo, um sistema relacionado às 12 notas da escala cromática. Já o balé A sagração da primavera, de Stravinski, inovou no que concerne à estrutura rítmica.
O antiacademicismo também foi uma marca da pintura modernista, que, dessa forma, englobou a pintura vanguardista europeia, além de outros movimentos artísticos inspirados nessa primeira vanguarda. Assim, além dos primeiros vanguardistas, foram famosos pintores modernistas o francês Henri Matisse (1869-1954) e o neerlandês Piet Mondrian (1872-1944).
A pintura modernista brasileira teve traços dos movimentos de vanguarda europeus, além de valorizar os símbolos nacionais. Os artistas nacionais mais conhecidos foram Tarsila do Amaral (1886-1973) e Candido Portinari (1903-1962). Já a escultura ítalo-brasileira contou com Victor Brecheret (1894-1955), autor de obras inovadoras.
De forma geral, a literatura modernista teve as seguintes fases:
nacionalista: enaltecimento dos símbolos nacionais, mas com um olhar crítico;
antiacadêmica: busca pela inovação, em oposição à arte tradicional;
social: reflexão sobre questões sociais e políticas, com engajamento autoral.
Contudo, a arte modernista de cada país apresentou suas peculiaridades e periodização específica.
Fernando Pessoa (1888-1935)
Mário de Sá-Carneiro (1890-1926)
Almada Negreiros (1893-1970)
Ferreira de Castro (1898-1974)
José Régio (1901-1969)
João Gaspar Simões (1903-1987)
Branquinho da Fonseca (1905-1974)
Miguel Torga (1907-1995)
Soeiro Pereira Gomes (1909-1949)
Alves Redol (1911-1969)
Dispersão (1914), de Mário de Sá-Carneiro
A engomadeira (1917), de Almada Negreiros
Ansiedade (1928), de Miguel Torga
A selva (1930), de Ferreira de Castro
Elói ou Romance numa cabeça (1932), de João Gaspar Simões
Mensagem (1934), de Fernando Pessoa
As encruzilhadas de Deus (1936), de José Régio
Gaibéus (1939), de Alves Redol
Esteiros (1941), de Soeiro Pereira Gomes
O barão (1942), de Branquinho da Fonseca
Manuel Bandeira (1886-1968)
Oswald de Andrade (1890-1954)
Graciliano Ramos (1892-1953)
Mário de Andrade (1893-1945)
Jorge de Lima (1893-1953)
José Lins do Rego (1901-1957)
Cecília Meireles (1901-1964)
Murilo Mendes (1901-1975)
Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)
Erico Verissimo (1905-1975)
João Guimarães Rosa (1908-1967)
Rachel de Queiroz (1910-2003)
Jorge Amado (1912-2001)
Vinicius de Moraes (1913-1980)
Murilo Rubião (1916-1991)
Clarice Lispector (1920-1977)
João Cabral de Melo Neto (1920-1999)
Lygia Fagundes Telles (1923-2022)
Décio Pignatari (1927-2012)
Haroldo de Campos (1929-2003)
Hilda Hilst (1930-2004)
Ferreira Gullar (1930-2016)
Augusto de Campos (1931-)
Memórias sentimentais de João Miramar (1924), de Oswald de Andrade
Macunaíma (1928), de Mário de Andrade
Libertinagem (1930), de Manuel Bandeira
Alguma poesia (1930), de Carlos Drummond de Andrade
O quinze (1930), de Rachel de Queiroz
S. Bernardo (1934), de Graciliano Ramos
Capitães da areia (1937), de Jorge Amado
Novos poemas (1938), de Vinicius de Moraes
O visionário (1941), de Murilo Mendes
Fogo morto (1943), de José Lins do Rego
Poemas negros (1947), de Jorge de Lima
O tempo e o vento (1949-1961), de Erico Verissimo
Romanceiro da Inconfidência (1953), de Cecília Meireles
Morte e vida severina (1955), de João Cabral de Melo Neto
Grande sertão: veredas (1956), de João Guimarães Rosa
As meninas (1973), de Lygia Fagundes Telles
O pirotécnico Zacarias (1974), de Murilo Rubião
Poema sujo (1976), de Ferreira Gullar
Poesia pois é poesia (1977), de Décio Pignatari
A hora da estrela (1977), de Clarice Lispector
Viva vaia (1979), de Augusto de Campos
A obscena senhora D (1982), de Hilda Hilst
Galáxias (1984), de Haroldo de Campos
Saiba mais: O que marcou a primeira fase do modernismo no Brasil?
Questão 1 (Enem)
“Poética”, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora críticas e propostas que representam o pensamento estético predominante na época.
Poética
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente protocolo e manifestações
[de apreço ao Sr. diretor.
Estou farto do lirismo que para e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um
[vocábulo
Abaixo os puristas
............................................................................................
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
— Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.
BANDEIRA, Manuel. Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro. Aguilar, 1974.
Com base na leitura do poema, podemos afirmar corretamente que o poeta:
A) critica o lirismo louco do movimento modernista.
B) critica todo e qualquer lirismo na literatura.
C) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico.
D) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico.
E) propõe a criação de um novo lirismo.
Resolução:
Alternativa E
O poema de Bandeira propõe um novo lirismo e critica, assim, a poesia tradicional, comedida e comportada.
Questão 2 (UFJF)
Texto I
O futebol brasileiro evocado da Europa
A bola não é inimiga
como o touro, numa corrida;
e embora seja um utensílio
caseiro e que não se usa sem risco,
não é o utensílio impessoal,
sempre manso, de gesto usual:
é um utensílio semivivo,
de reação própria como bicho,
e que, como bicho, é mister
(mais que bicho, como mulher)
usar com malícia e atenção
dando aos pés astúcia de mão.
MELO NETO, João Cabral de. Obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1992, p. 407.
Texto II
Foi-se a Copa?
Foi-se a Copa? Não faz mal.
Adeus chutes e sistemas.
A gente pode, afinal,
cuidar de nossos problemas.
Faltou inflação de pontos?
Perdura a inflação de fato.
Deixaremos de ser tontos
se chutarmos no alvo exato.
O povo, noutro torneio,
havendo tenacidade,
ganhará, rijo, e de cheio,
a Copa da Liberdade.
ANDRADE, Carlos Drummond de. Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2008, p. 1.345.
Pode-se afirmar que os poemas “O futebol brasileiro evocado da Europa”, de João Cabral de Melo Neto (Texto I) e “Foi-se a copa?”, de Carlos Drummond de Andrade (Texto II), ao abordarem o futebol brasileiro, assumem uma perspectiva modernista, contrária ao nacionalismo romântico. A posição que está mais de acordo com a postura discursiva assumida nos dois poemas, respectivamente, é:
A) ufanista e alienada.
B) técnica e libertadora.
C) comparativa e irônica.
D) moralista e crítica.
E) reacionária e consoladora.
Resolução:
Alternativa C
O poema de João Cabral de Melo Neto compara a bola a touro, bicho e mulher. Já o poema de Drummond ironiza a Copa do Mundo ao mostrar a realidade com “inflação de fato” (em vez da “inflação de pontos”) e a falta de liberdade.
Créditos da imagem
Fontes
ABAURRE, Maria Luiza M.; PONTARA, Marcela. Literatura: tempos, leitores e leituras. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2015.
AMBIRES, J. D. O Neorrealismo em Portugal: escritores, história e estética. Trama, Marechal Cândido Rondon, v. 9, n. 17, p. 95-107, 2013.
COHEN, Milton A. E. E. Cummings: modernist painter and poet. Smithsonian Studies in American Art, Chicago, v. 4, n. 2, 1990.
COSTA, Edson Tavares. Licenciatura em Letras/ Português: literatura portuguesa. Campina Grande: EDUEPB, 2011.
MENEZES, Flo. Stockhausen permanece. In: MENEZES, Flo. Riscos sobre música: ensaios, repetições, provas. São Paulo: Editora UNESP, 2018. p. 53-71.
VALENÇA, Ana Maria Macedo; RAMOS, Magna Maria de Oliveira; CARVALHO, Maria Leônia Garcia Costa. Literatura portuguesa III. São Cristóvão: CESAD, 2011.
O substantivo desempenha distintas funções sintáticas, tais como: sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc
As palavras sessão, seção e cessão são homófonas heterográficas, entenda.
Foi um dos principais autores realistas do século XIX, e uma de suas obras mais famosas é o romance O idiota.
A literatura africana em língua portuguesa é dividida em três fases: colonização, pré-independência e pós-independência.
Consistem nas figuras de linguagem em que há o emprego de palavras com um sentido conotativo ou figurado