Poesia Marginal

Por Luana Castro Alves Perez

A Poesia Marginal, também conhecida como Geração Mimeógrafo, foi um importante movimento literário representado por nomes como Paulo Leminski e Torquato Neto.

Paulo Leminski, Ana Cristina César e Torquato Neto estão entre os principais representantes da Poesia Marginal ou Geração Mimeógrafo*
Paulo Leminski, Ana Cristina César e Torquato Neto estão entre os principais representantes da Poesia Marginal ou Geração Mimeógrafo*

“Seja marginal, seja herói”. Com essa frase, o artista plástico Hélio Oiticica sintetizou uma série de trabalhos que ficou conhecida como Marginália. Na Literatura, onde a Marginália também encontrou adeptos, o movimento ficou mais conhecido como Poesia Marginal ou Geração Mimeógrafo. Exemplo da contracultura, a cultura marginal surgiu em um período turbulento da História do Brasil: a ditadura militar.

Hélio Oiticica criou a célebre frase que sintetizaria a cultura marginal dos anos 1970
Hélio Oiticica criou a célebre frase que sintetizaria a cultura marginal dos anos 1970

Um dos principais nomes da Poesia Marginal, Paulo Leminski nasceu em Curitiba no dia 24 de agosto de 1944 e faleceu no dia 07 de junho de 1989
Um dos principais nomes da Poesia Marginal, Paulo Leminski nasceu em Curitiba no dia 24 de agosto de 1944 e faleceu no dia 07 de junho de 1989

Um dos objetivos da Poesia Marginal era propor uma crítica aos conservadorismos da sociedade, incorporando à Literatura elementos e representações da violência diária nas grandes cidades. A expressão Geração Mimeógrafo, como ficou conhecida também a Poesia Marginal, estava ligada ao fato de que muitos poetas recorriam ao mimeógrafo para copiar seus livros em um processo artesanal e sem qualquer tipo de vínculo com editoras, que não se interessavam pela Literatura que subvertia os padrões convencionados para a arte. As poucas cópias eram vendidas para um público restrito, pessoas que frequentavam eventos como shows, exposições e bares ligados à contracultura.

Ana Cristina Cesar, poeta e tradutora, nasceu no Rio de Janeiro no dia 02 de junho de 1952. Faleceu no dia 29 de outubro de 1983 aos 31 anos
Ana Cristina Cesar, poeta e tradutora, nasceu no Rio de Janeiro no dia 02 de junho de 1952. Faleceu no dia 29 de outubro de 1983 aos 31 anos

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A Poesia Marginal foi um movimento cultural importante para uma geração que buscou através da Literatura uma atuação cultural distante dos padrões da Academia e indiferente à crítica literária. Seus pequenos textos, aliados a elementos visuais como fotografias e quadrinhos, são permeados pela coloquialidade, ironia, sarcasmo, gírias e humor. Do movimento literário, ficaram a inventividade artística e a vitalidade criativa, suas características predominantes.

Nascido em Teresina, em 09 de novembro de 1944, Torquato Neto foi poeta, jornalista e letrista. Faleceu no Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 1972
Nascido em Teresina, em 09 de novembro de 1944, Torquato Neto foi poeta, jornalista e letrista. Faleceu no Rio de Janeiro, em 10 de novembro de 1972

Na literatura, seus principais representantes foram os poetas Paulo Leminski, José Agripino de Paula, Waly Salomão, Francisco Alvim, Torquato Neto, Chacal, Cacaso e Ana Cristina Cesar. Na música, seus maiores representantes foram Sérgio Sampaio, Tom Zé, Jorge Mautner, Jards Macalé e Luiz Melodia, considerados marginais ou “malditos” por terem sido preteridos pelas grandes gravadoras da época. Após intensa produção cultural, o movimento foi se desfazendo: na Literatura, o último ato coletivo foi o lançamento da revista Navilouca, organizada por Torquato Neto e Waly Salomão entre os anos de 1972 e 1973.

 

*A imagem que ilustra o artigo foi feita a partir de capas de livros dos autores citados.
** As imagens que ilustram o miolo do artigo foram feitas a partir dos livros:
Toda Poesia, Paulo Leminski. Editora Companhia das Letras.
Poética, Ana Cristina César. Editora Companhia das Letras.
A biografia de Torquato Neto. Toninho Vaz. Editora Nossa Cultura.

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