Diferentes fases marcaram o Modernismo em Portugal. Entre elas, o Orfismo, o Presencialismo, o Neorrealismo e o Surrealismo, compreendendo os anos de 1915 a 1974.
Assim como o modernismo no Brasil, o modernismo em Portugal foi fruto das novas concepções estéticas que circulavam na Europa no início do século XX. Irreverente, contestador e anárquico, rompeu com os padrões até então vigentes ao propor uma nova linguagem, absolutamente diferente daquela adotada pelos poetas românticos e simbolistas. Estendeu-se até o final do Estado Novo, na década de 70, e contou com importantes nomes, entre eles Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Almada Negreiros, Irene Lisboa, Miguel Torga, entre outros, que representaram as quatro vertentes do modernismo: o Orfismo, o Presencialismo, o Neorrealismo e o Surrealismo.
Para que você conheça um pouco mais sobre a literatura portuguesa, o sítio de Português apresenta para você as principais fases do modernismo em Portugal, suas principais características e representantes. Boa leitura!
Orfismo (1915-1927): corresponde à primeira fase do modernismo português. Recebeu esse nome por causa da revista Orpheu, primeira publicação a divulgar os ideais modernistas e as tendências culturais que circulavam na Europa no início do século XX. Foi fundada em 1915 por um grupo de escritores e artistas plásticos, entre eles Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, Raul Leal, Luís de Montalvor, Almada Negreiros e o brasileiro Ronald de Carvalho.
Os orfistas tinham como objetivo chocar a burguesia ao apresentar uma poesia livre da métrica e inserir a literatura portuguesa no contexto cultural europeu, que àquela época estava sob forte influência das tendências futuristas. Embora tenha desaparecido precocemente (foram publicadas apenas duas edições), a revista Orpheu deixou uma enorme herança cultural, influenciando novos artistas, assim como o surgimento de novas publicações.
Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro e Almada Negreiros foram os principais representantes do Orfismo, primeira fase do modernismo português
Presencialismo ou Presencismo (1927–1940): O segundo momento modernista recebeu esse nome por causa da revista literária Presença, cujo primeiro exemplar foi publicado no ano de 1927. Fortemente influenciada pela revista Orpheu, a publicação foi a principal responsável por divulgar e dar continuidade às ideias modernistas, embora seus representantes tenham defendido uma literatura mais intimista, voltada para a introspecção e para o experimentalismo. O grupo encerrou suas atividades no ano de 1940, quando o mundo ainda vivia sob as tensões provocadas pela Segunda Guerra Mundial. Seus principais representantes foram José Régio, Adolfo Rocha, João Gaspar Simões, Miguel Torga, Irene Lisboa, entre outros.
José Régio, Miguel Torga e Irene Lisboa foram os principais representantes do Presencialismo, segunda fase do modernismo português
Neorrealismo (1940-1974): surgiu em um conturbado contexto histórico-social. A Europa sofria com as consequências de uma forte crise econômica, com a tirania de regimes totalitários e também com a constante tensão provocada pela Segunda Guerra Mundial. Seus principais representantes foram Alves Redol, Manuel da Fonseca, Afonso Ribeiro, Joaquim Namorado, Mário Dionísio, Vergílio Ferreira, Fernando Namora, Mário Braga, Soeiro Pereira Gomes ou Carlos de Oliveira, entre outros. O neorrealismo teceu duras críticas ao individualismo e ao esteticismo — temas caros ao Presencialismo — e divulgou na literatura o pensamento marxista e a forte rejeição ao socialismo utópico. As revistas Seara Nova, Sol Nascente e o Diabo foram responsáveis por divulgar a estética neorrealista em Portugal.
Alves Redol, Vergílio Ferreira e Fernando Namora estão entre os principais representantes do Neorrealismo português
Surrealismo (1947-1974): por muitos estudiosos, foi considerado a última fase do modernismo português. Suas principais características foram a “escrita automática”, com destaque para a livre associação de ideias e de palavras, e a modificação das estruturas da realidade, elemento baseado nos conteúdos oníricos, reafirmando seu caráter figurativo e irracional. Seus principais representantes foram Antônio Pedro, José Augusto França, Alexandre O’Neill, Mário Cesariny de Vasconcelos e outros como Natália Correia, Henrique Rasques Pereira, Artur do Cruzeiro Seixas, Antônio José Forte, Fernando Alves dos Santos e Isabel Meyrelles.
Alexandre O' Neill, José Augusto França e Mário Cesariny estão entre os principais representantes do Surrealismo português
O substantivo desempenha distintas funções sintáticas, tais como: sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc
As palavras sessão, seção e cessão são homófonas heterográficas, entenda.
Foi um dos principais autores realistas do século XIX, e uma de suas obras mais famosas é o romance O idiota.
A literatura africana em língua portuguesa é dividida em três fases: colonização, pré-independência e pós-independência.
Consistem nas figuras de linguagem em que há o emprego de palavras com um sentido conotativo ou figurado