Lygia Fagundes Telles era uma escritora brasileira. Ela faz parte da terceira fase do modernismo. Uma de suas obras mais conhecidas é seu romance “Ciranda de pedra”.
Lygia Fagundes Telles era uma importante autora brasileira que nasceu em 19 de abril de 1923, na cidade de São Paulo. Ela estudou na Escola Superior de Educação Física e na Faculdade de Direito, ambas da USP. Além disso, foi procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo, além de presidente da Cinemateca Brasileira.
A romancista, que faleceu em 3 de abril de 2022, em sua cidade natal, é autora de obras pertencentes à terceira fase do modernismo brasileiro (ou pós-modernismo). Suas narrativas apresentam fluxo de consciência e mostram o universo feminino, como é possível verificar em seu romance Ciranda de Pedra.
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A autora brasileira Lygia Fagundes Telles nasceu em 1923 e faleceu em 2022.
Além de escritora, também foi procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo.
Suas obras fazem parte da terceira fase do modernismo brasileiro (ou pós-modernismo).
Seus textos possuem caráter intimista, fluxo de consciência e protagonismo feminino.
Ciranda de pedra, seu primeiro romance, é um de seus livros mais famosos.
Lygia Fagundes Telles nasceu em 19 de abril de 1923, na cidade de São Paulo. Era filha de um advogado e de uma pianista. Ela estudou na Escola Caetano de Campos, na Escola Superior de Educação Física e, seguindo os passos do pai, também fez faculdade de Direito na Universidade de São Paulo.
Quando a escritora ingressou na faculdade, em 1941, ela era uma das “cinco ou seis mocinhas na turma de quase 200 rapazes”.|1| Eram, portanto, pioneiras e tiveram que ouvir comentários machistas tais como: “O que vocês vieram fazer aqui? Casar?” Além disso, a autora também precisou conquistar seu lugar como contista em um contexto que, na época, também era dominado por homens.
Em 1947, se casou com Goffredo da Silva Telles Jr. (1915–2009). Além disso, seu primeiro romance, Ciranda de Pedra, foi publicado em 1954. Depois do término do seu relacionamento com o primeiro marido, se casou, em 1963, com o crítico de cinema Paulo Emílio Sales Gomes (1916–1977). Teve apenas um filho, fruto do primeiro casamento.
Paralelamente ao seu trabalho como escritora, exerceu o cargo de procuradora do Instituto de Previdência do Estado de São Paulo. Em 1977, fez parte da comissão de escritores responsável pelo Manifesto dos Mil, que pedia o fim da censura no país. Nesse mesmo ano, ela presidiu a Cinemateca Brasileira.
A romancista e contista, após se aposentar do Instituto de Previdência, se dedicou principalmente à literatura. Além disso, participava das atividades da Academia Brasileira de Letras. Ela faleceu em 3 de abril de 2022, por causas naturais, em sua casa, na cidade de São Paulo.
Lygia Fagundes Telles foi eleita para a ABL em 24 de outubro de 1985. Em 12 de maio de 1987, ela tomou posse da cadeira de número 16.
Afonso Arinos (1949).
Instituto Nacional do Livro (1958).
Jabuti (1966, 1974, 1996 e 2001).
Grande Prêmio Internacional Feminino para Contos Estrangeiros (1969) —França.
Candango (1969).
Guimarães Rosa (1972).
Coelho Neto (1974).
APCA (1974, 1980, 2001 e 2007).
PEN Clube do Brasil (1977).
Pedro Nava (1989).
Arthur Azevedo (1995).
Aplub (1995).
Camões (2005).
Mulheres mais Influentes (2007).
Dra. Maria Imaculada Xavier da Silveira (2008).
Juca Pato (2009).
Conrado Wessel (2015).
As obras da escritora Lygia Fagundes Telles pertencem à terceira fase do modernismo brasileiro (ou pós-modernismo). Portanto, seus relatos apresentam um caráter intimista, de sondagem interior dos personagens. Dessa forma, os indivíduos da trama estão imersos em conflitos e angústias existenciais.
Consequentemente, o fluxo de consciência é recorrente nas narrativas, o qual coloca em evidência as incertezas com as quais os personagens precisam lidar. Esse caráter psicológico das obras da autora permite ao narrador estudar mais profundamente aspectos das relações humanas, em determinado contexto sociopolítico.
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Porão e sobrado (1938).
Praia viva (1944).
O cacto vermelho (1949).
Histórias do desencontro (1958).
Antes do baile verde (1970).
Seminário dos ratos (1977).
Venha ver o pôr do sol e outros contos (1987).
A estrutura da bolha de sabão (1991).
A noite escura e mais eu (1995).
Oito contos de amor (1996).
Invenção e memória (2000).
Conspiração de nuvens (2007).
Um coração ardente (2012).
O segredo e outras histórias de descoberta (2012).
Ciranda de pedra (1954).
Verão no aquário (1963).
As meninas (1973).
As horas nuas (1989).
A disciplina do amor (1980).
Durante aquele estranho chá (2002).
Passaporte para a China (2011).
O romance Ciranda de pedra tem Virgínia como protagonista. Ela possui duas irmãs adolescentes — Bruna e Otávia. Porém, ela é a única que vive com a mãe, Laura, e Daniel, um médico e novo companheiro de Laura. O suposto pai de Virgínia se chama Natércio e mora, em uma mansão, com as outras duas filhas.
A primeira parte mostra a infância da protagonista e suas angústias existenciais. A menina inveja a vida que levam suas irmãs, as quais são amigas de Conrado, por quem Virgínia nutre um amor platônico. A criança também demonstra a sua insatisfação por ser filha de pais separados. Além disso, a mãe possui doença mental.
A desigualdade social é evidenciada ao se comparar o luxo em que vivem as irmãs e a vida modesta em que Virgínia está inserida. Após a morte de Laura e do suicídio de Daniel, Virgínia descobre que o casamento da mãe acabou por ela ter se apaixonado por Daniel, que era o verdadeiro pai da menina.
Agora inserida no contexto familiar de suas irmãs, Virgínia percebe não ser parte daquele meio e prefere estudar em um colégio interno comandado por freiras. Assim, a segunda parte da obra apresenta a juventude da protagonista, após ela sair do internato e voltar à luxuosa casa de Natércio.
Dessa forma, o narrador revela a realidade de uma família burguesa imersa em mistérios, mentiras e hipocrisia. A intimidade de seus integrantes é devassada, e suas imperfeições são colocadas à vista de leitoras e leitores. No mais, o universo feminino é exposto em sua total profundidade.
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A seguir, vamos ler algumas frases de Lygia Fagundes Telles, retiradas de seu livro Ciranda de pedra:
“Ser cobra machucava os cotovelos, melhor ser borboleta.”
“O dragão esverdinhado que São Jorge esmagou pode ficar às vezes tão branco como um cordeiro.”
“Triste é o que está acontecendo agora e não o que vem depois.”
“A melhor maneira para seguir não acreditando em nada é nos cercarmos de padres e freiras que acreditam demais.”
“É preciso amar o inútil porque no inútil está a Beleza.”
Nota
|1| BLUCHER, Thais et. al. Lygia Fagundes Telles: entrevista. Rev. Bras. Psicanál., São Paulo, v. 42, n. 4, dez. 2008.
Crédito de imagem
[1] Editora Companhia das Letras (reprodução)
O substantivo desempenha distintas funções sintáticas, tais como: sujeito, objeto direto, objeto indireto, etc
As palavras sessão, seção e cessão são homófonas heterográficas, entenda.
Foi um dos principais autores realistas do século XIX, e uma de suas obras mais famosas é o romance O idiota.
A literatura africana em língua portuguesa é dividida em três fases: colonização, pré-independência e pós-independência.
Consistem nas figuras de linguagem em que há o emprego de palavras com um sentido conotativo ou figurado