Eventual ou possível?

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

Eventual e possível não representam palavras sinônimas
Eventual e possível não representam palavras sinônimas

Antes de observarmos as características que demarcam os referidos vocábulos, “eventual e possível”, devemos compreender que todas as palavras que integram nosso léxico, e até mesmo aquelas das quais ainda não temos conhecimento, carregam em si uma carga semântica, ou seja, são dotadas de um significado – ora tido como original, ora incorporado por meio do dinamismo que norteia as relações humanas, das circunstâncias comunicativas oriundas de tais relações.

Munidos dessa percepção, mostramo-nos aptos a construir nosso discurso, tendo em vista as intenções, as finalidades que desejamos atingir. Mas a chance de alguns desvios se manifestarem é inevitável, sobretudo em se tratando da utilização de determinadas palavras de forma inadequada, quase sempre proporcionada pela concepção de que esta ou aquela representa um sinônimo uma da outra – como é o que ocorre nessas duas: “eventual e possível”. Vejamos o porquê de tal ocorrência e aproveitemos para ampliar nosso conhecimento acerca do caso:

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Eventual se refere a algo que ocorre de forma esporádica, de vez em quando. E algo possível faz referência àquilo que pode ocorrer.

Assim sendo, a título de ilustrarmos a presente situação, analisemos:

Um problema eventual é aquele que pode ocorrer de vez em quando.

Um possível problema é aquele que pode assim se tornar.

Dessa forma, nada de dizermos:

Diante da ocorrência de eventuais problemas, previna-se, se a intenção é a de se referir à possibilidade de eles ocorrerem. A não ser que o intuito seja o de mencionar que eles ocorrem vez ou outra.

Nesse sentido (dada a finalidade primeira), o correto é dizermos:

Diante da ocorrência de possíveis problemas, previna-se.

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