Palavras e locuções denotativas

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

A língua nos possibilita usufruir de seus inúmeros recursos para formalizar nossas ideias e, consequentemente, proferirmos nosso discurso enquanto membros de uma comunidade social. Recursos estes apreendidos ao longo de nossa experiência e, sobretudo, a partir do momento em que estabelecemos familiaridade com a linguagem, vista sob o padrão formal que a norteia – mais precisamente no que concerne aos postulados atribuídos pela gramática.

De modo mais esclarecedor, subsidiaremo-nos em uma situação comunicativa pautada no seguinte discurso:

Marcela era a melhor aluna do colégio.

Notamos que o enunciado linguístico, composto de determinados vocábulos, dispostos de maneira sequencial, foi perfeitamente compreendido pelo interlocutor. Mediante tal ocorrência, o emissor tão somente fez uso das classes gramaticais para compor seu discurso, isto é, aquelas representadas pelos substantivos, adjetivos, advérbios, preposições, conjunções, dentre outras, explicitamente confirmadas em:

Marcela – substantivo próprio
aluna – substantivo comum, etc.

A referida assertiva foi somente para compreendermos acerca do assunto em pauta, visto que se trata de determinadas expressões que mesmo sendo bastante usuais, não pertencem a estas classes gramaticais. Estas, durante algum tempo, foram concebidas como advérbios, entretanto, a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), passou a classificá-las de acordo com o sentido que expressam, denominadas de locuções denotativas. Diante disso, vejamo-las, levando em consideração a ideia que retratam:

* Adição – ainda, além disso, dentre outras.

Ex: Tive que lhe emprestar o carro e ainda o dinheiro para abastecê-lo.

* Afastamento – embora.

O ideal é que você vá embora daqui.

* Afetividade – ainda bem, felizmente, infelizmente.

Ainda bem que irei conhecê-lo em breve.

* Aproximação – cerca de, quase, volta de, etc.

Chegarei por volta de uns trinta minutos.

* Designação – eis.

Eis que seguem anexos os documentos solicitados.

* Exclusão – apesar, apenas, senão, sequer, somente, etc.

Marcos sequer se mostrou interessado em voltar.

* Explicação – isto é, por exemplo, a saber, etc.

O relatório precisa ser retificado, isto é, verificar se contém as informações necessárias.

* Inclusão – inclusive, também, até, ainda.

A viagem está marcada para breve, inclusive preciso confirmar se você irá conosco.

* Limitação – apenas, somente, unicamente, só, etc.

Dentre todos os presentes, apenas ele se manifestou.

* Realce – cá, lá, é que, é porque, etc.

Acredito que, cá para nós, não existe solução para este caso.

* Retificação – aliás, ou melhor, ou antes, isto é, etc.

Você, ou melhor, vocês, poderão acompanhar-me.

* Situação – afinal, então, se, agora, etc.

Afinal, os turistas gostaram ou não do passeio?

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