A Conotação - Um recurso estilístico da linguagem

Por Vânia Maria do Nascimento Duarte

A língua, caracterizada como uma entidade eminentemente social, se apresenta como algo dinâmico, pois ao manter uma perfeita sintonia com a evolução do tempo, torna-se passível de transformações. Compreendê-la em sua totalidade é, para nós, enquanto usuários natos, motivo de tamanho privilégio e considerável satisfação.

Dada a sua arbitrariedade, pressuposto bastante difundido pelo linguista suíço Ferdinand de Saussure, o signo linguístico compõe-se de dois elementos indissociáveis: o significante e o significado. Assim sendo, ao travarmos contato com uma determinada palavra, esta se mostra assim representada:

C - A - S - A – elemento linguístico que se constitui de letras e que ao ser proferido pelo falante, produz um determinado som. Temos assim a noção do que seja o significante.

Associada a esta concepção, dispomos de outra particularidade, ou seja, a noção, o conceito que temos do objeto ora representado, constituído pela imagem mental que atribuímos a este. Desta forma, tal palavra se caracteriza como moradia, instrumento particular do qual as pessoas se dispõem para se acolherem – representando o significado.

Tais postulados tendem a nos subsidiar quanto ao entendimento acerca da denotação e conotação, uma vez que aquela se refere ao sentido original das palavras, prescrito pelo dicionário, e esta permite que o “significado” assuma diferentes sentidos, dependendo do contexto em que se encontrar inserido. Observemos, pois:

O rapaz do qual lhe falei mora em uma linda casa.

A palavra “casa” neste caso é entendida de acordo com seu sentido real, concreto.

Diferentemente se disséssemos:

A casa caiu para aqueles terríveis marginais, pois foram capturados hoje pela polícia.

De acordo com o contexto, o vocábulo assumiu um sentido diferente do convencional ao simbolizar um acontecimento contrário àquele esperado, isto é, o fato de ter coibido a ação dos marginais, evitando que continuassem a agir de forma ilícita.

Estes recursos que fogem ao convencionalismo são extremamente evidenciados pelas figuras de linguagem, cujo objetivo do emissor é de conferir maior expressividade à mensagem. Sua manifestação se dá na linguagem literária, propiciando por parte do leitor um maior envolvimento diante da magia da linguagem, e também na linguagem publicitária de uma forma geral, cuja finalidade proferida pelo discurso é a de exatamente persuadi-lo. Assim sendo, o emissor usa de determinados artifícios para a concretização de seus reais objetivos, apostando numa linguagem passível de múltiplos significados, bem como outra não verbal, associando imagens e texto para provocar um eficaz efeito de sentido diante do interlocutor.

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