Literatura – A arte da palavra
Por Vânia Maria do Nascimento Duarte
	Os poemas
	
	Os poemas são pássaros que chegam
	não se sabe de onde e pousam
	no livro que lês.
	Quando fechas o livro, eles alçam vôo
	como de um alçapão.
	Eles não têm pouso
	nem porto
	alimentam-se um instante em cada par de mãos
	e partem.
	E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
	no maravilhoso espanto de saberes
	que o alimento deles já estava em ti...
	
	QUINTANA, Mário. Esconderijos do tempo. Porto Alegre: L&PM, 1980.
	
	Logo no início do texto, deparamo-nos com o aposto, o qual é retratado pelos seguintes dizeres: A arte da palavra. Tal ocorrência infere-se à característica que a diverge das demais artes, na qual o “fazer literário” tem como essência pura, matéria que o compõe – A linguagem.
	
	Essa linguagem que, ornamentada pela capacidade imaginativa, pela criação intrínseca ao artista, perpassa por inúmeras gerações, onde muitas vezes pelo seu caráter ficcional e subjetivo, retrata a mais autêntica figuração de uma realidade que nos cerca.
	
	Difere-se dos demais textos em virtude do evidente emprego da função poética da linguagem, onde o emissor, por meio de toda sua subjetividade, centra-se na própria palavra, combinando e recombinando os signos linguísticos, dando-lhes uma “nova roupagem” de modo a atingir o objetivo artístico, o qual se propõe.
	
	Didaticamente, podemos classificá-la como a disciplina que estuda os movimentos literários, os quais são representados por um grupo de artistas e obras, pertencentes a uma determinada época. Sendo que esta época refere-se a um determinado período histórico, abrangendo cultura e sociedade como um todo, refletindo, assim, na corrente ideológica das produções artísticas em voga.
	
	Em função desta periodicidade, tais movimentos classificam-se como escolas literárias, cada uma representando as tendências estético-temáticas referente à vigência histórica na qual se figuravam. Assim, temos como exemplo o Classicismo, Barroco, Arcadismo, Romantismo, Realismo-Naturalismo, Parnasianismo, Simbolismo, Modernismo, desencadeando assim nas chamadas “tendências contemporâneas”.