Infinitivo

O infinitivo é uma das três formas nominais do verbo, indicando a ação em seu estado puro, sem referência ao tempo ou ao modo verbal. Pode aparecer de forma impessoal (sem sujeito definido) ou pessoal (quando a ação é atribuída a um sujeito específico).

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Resumo sobre infinitivo

• O infinitivo é a forma nominal do verbo que expressa a ação de modo geral, sem indicar tempo nem modo verbal.

• O verbo no infinitivo pode terminar em -ar, -er ou -ir.

• Há dois tipos de infinitivo: impessoal e pessoal.

• O infinitivo impessoal apresenta a ação de forma neutra, sem sujeito ou flexão.

• O infinitivo pessoal apresenta o verbo flexionado de acordo com o sujeito da oração.

O que é infinitivo?

O infinitivo é uma das três formas nominais do verbo (sendo as outras duas o gerúndio e o particípio). No infinitivo, o verbo apresenta a ação verbal em si mesma, ou seja, de forma neutra, sem estar relacionada ao tempo ou ao modo verbal. Veja:

“Comer bem é um hábito saudável.”

Observe que, na forma infinitiva, a ação do verbo “comer” não é apresentada como algo que ocorre no passado, presente ou futuro. Em vez disso, o verbo é apresentado em sua forma neutra, indicando puramente a ação de comer.

Em geral, quando está no infinitivo, o verbo termina com -ar, -er ou -ir:

falar – trazer – sorrir

Exemplos de verbos no infinitivo

Veja mais alguns exemplos de verbos no infinitivo e observe como a ação dos verbos destacados não está conjugada, ou seja, fala-se puramente da ação, e não de quem a realiza ou em que tempo se realiza essa ação.

“Viver é aprender.”

“Cuidar da saúde faz bem.”

“Chorar também ajuda a seguir em frente.”

“Estudar abre portas para o futuro.”

“Falar em público exige treino.”

“Vou viajar nas férias.”

“Eles começaram a correr quando choveu.”

“Você precisa descansar mais.”

“Devemos respeitar as regras.”

“Quero aprender a tocar violão.”

“Não tem preço saber que esse amar é o que move o mundo.”

“É o rir do próprio azar que ajuda a superá-lo.”

“Sabemos que o imaginar alimenta a alma.”

“É importante chegarmos cedo.”

“Antes de cantarem, aqueçam bem as vozes.”

Atenção! Note que quase todos os exemplos não apresentam, na forma infinitiva, nenhuma pessoa relacionada à ação do verbo, diferentemente do que ocorre nos dois últimos exemplos (“chegarmos” e “cantarem”), que apresenta flexão de número e pessoa. Isso ocorre porque o infinitivo pode ser pessoal ou impessoal.

Leia também: Verbos abundantes — aqueles com mais de uma forma aceita pela gramática em algumas conjugações

Infinitivo impessoal

É a forma do infinitivo por excelência, apresentando a forma verbal de maneira completamente neutra, pois não tem sujeito. Exemplo:

“Vamos convencer nossos pais!”

Aqui, o verbo “convencer” está no infinitivo impessoal, pois o sujeito (“nós”) está ligado ao verbo auxiliar (“vamos”), e não ao verbo no infinitivo. Então, o verbo aparece em sua forma neutra, sem flexão de pessoa. Esse é o infinitivo impessoal.

Infinitivo pessoal

Há casos específicos em que o infinitivo é flexionado de acordo com o sujeito relacionado à ação do verbo, para evitar ambiguidade e direcionar a ação a um agente específico. Nesses casos, a forma nominal continua não indicando um tempo verbal (pretérito, presente ou futuro) em que a ação é realizada, pois fala-se apenas da própria ação; porém, no infinitivo pessoal, essa ação está atribuída a algum sujeito, então a forma nominal ganha desinências que indicam o número e a pessoa do sujeito. Veja:

“Ao falarmos da situação, ele se compadeceu de nós.”

Perceba que seria usada a forma no infinitivo, pois o foco está na ação verbal: “ao falar da situação”. Porém, essa ação é atribuída à 1ª pessoa do plural (“nós”), de modo que se acrescenta a desinência para explicitar o sujeito da ação do verbo “falar”. Por isso, a forma nominal passa para o infinitivo pessoal:

falar → falarmos

Veja, na tabela a seguir, o infinitivo pessoal do verbo “falar”:

Quando usar o infinitivo?

O infinitivo é particularmente usado em algumas situações:

• Indicar a ação verbal de forma neutra

O infinitivo é essencialmente usado para expressar a ação de modo geral, sem ligá-la a um tempo ou modo verbal específico. É o uso mais básico e impessoal do verbo. Veja:

“Cair e levantar é parte do processo.”

“É necessário tomar alguma atitude!”

• Formar locuções verbais

O infinitivo aparece junto de um verbo auxiliar conjugado, formando uma locução verbal. O verbo no infinitivo é o principal, pois expressa a ação central. Veja:

“Vou estudar agora.”

“Precisávamos melhorar muito enquanto time...”

• Transformar o verbo em substantivo (substantivação do verbo)

Em alguns contextos, um verbo pode ser transformado em substantivo. Em geral, isso ocorre usando a forma no infinitivo. Observe:

“Era um entrar e sair de gente...”

“É preciso que esse pensar criticamente esteja presente em nossas ações.”

Exercícios resolvidos sobre o infinitivo

Questão 1

(IASP, 2024 – Adaptada)

Considere o trecho a seguir:

“Um dos comentários mais recorrentes que a médica ouve dos filhos é que seus pais são teimosos por não 'seguirem' à risca o que os filhos acreditam que eles devem agir.”

O verbo destacado na frase encontra-se conjugado no:

A) infinitivo impessoal.

B) infinitivo pessoal.

C) presente do subjuntivo.

D) particípio regular.

E) particípio pessoal.

Resposta

Alternativa B. A forma verbal “seguirem” está no infinitivo, mas com desinência que indica o sujeito (“eles”) da ação verbal. Assim, trata-se do infinitivo pessoal.

Questão 2

(Ameosc, 2023)

Considere o trecho a seguir:

O problema é que, por mais que demoremos a 'morrer', ainda estamos fadados ao envelhecimento.

O verbo em destaque encontra-se no:

A) Infinitivo impessoal.

B) Particípio irregular.

C) Particípio regular.

D) Imperativo afirmativo.

Resposta

Alternativa A. Nesse caso, o verbo conjugado que concorda com o sujeito é “demoremos”, enquanto “morrer” aparece no infinitivo, mas em sua forma neutra, sem sujeito. Portanto, trata-se do infinitivo impessoal.

Fontes:

AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo: Parábola, 2021.

BECHARA, Evanildo. Moderna Gramática Portuguesa. 38ª ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015.

CEGALLA, Domingos Paschoal. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2020.

CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 7ª ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.