Ariano Suassuna é um escritor brasileiro da geração modernista de 1945 e autor da obra “O Auto da Compadecida”.
Filho de Rita de Cássia Vilar Suassuna e João Suassuna, Ariano Vilar Suassuna nasceu no dia 16 de junho de 1927, na cidade de Nossa Senhora das Neves, atual capital da Paraíba, João Pessoa, nas dependências do Palácio da Redenção, sede do Executivo paraibano. Seu pai era presidente do Estado, cargo que passou a ser denominado pelo povo como "governador" a partir da Constituição de 1937.
Em 1928, o pai deixou o governo da Paraíba, e a família Suassuna passou a morar no Sertão, na Fazenda Acauã, no município de Sousa. Às vésperas da Revolução de 1930, João Suassuna foi assassinado no Rio de Janeiro, e sua esposa transferiu-se com os nove filhos para Taperoá, cidade onde Ariano Suassuna fez os estudos primários e familiarizou-se com os temas e as formas de expressão que mais tarde dariam vida às suas obras.
Em 1942, enquanto Ariano Suassuna cursava os estudos pré-universitários, a família mudou-se para Recife, onde seus primeiros textos foram publicados nos jornais locais.
Formação profissional
Em 1946, Ariano ingressou na Faculdade de Direito e juntou-se ao grupo de jovens escritores e artistas liderado por Hermilo Borba Filho, com o qual fundou o Teatro do Estudante Pernambucano. No ano seguinte, Ariano publicou a sua primeira peça teatral, intitulada Uma Mulher Vestida de Sol. Essa peça lhe rendeu o prêmio Nicolau Carlos Magno.
Após o bacharelado em Direito, em 1950, dedicou-se à advocacia e retornou a Taperoá, onde escreveu a peça Torturas de um Coração. Em 1952, voltou a morar em Recife. Em 1955, Ariano Suassuna concluiu a peça O Auto da Compadecida, a qual foi encenada em 1957, no Teatro Adolescente do Recife. Com a peça, o autor conquistou a medalha de ouro da Associação Brasileira de Críticos Teatrais. A peça O Auto da Compadecida foi traduzida e representada, também, em nove idiomas, além da adaptação para o cinema, em 2000.
No dia 19 de janeiro de 1957, Ariano Suassuna casou-se com Zélia de Andrade Lima, com quem teve seis filhos. No período de 1968 a 1972, o advogado e escritor foi membro fundador do Conselho Federal de Cultura e do Conselho Estadual de Cultura de Pernambuco. Em 1969, foi nomeado Diretor do Departamento de Extensão Cultural da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), permanecendo no cargo até 1974.
A partir de suas experiências profissionais e pessoais, Ariano demonstrou interesse pelo desenvolvimento e pelo conhecimento das expressões populares tradicionais. Desse modo, no dia 18 de outubro de 1970, criou o Movimento Armorial com o concerto Três Séculos de Música Nordestina: do Barroco ao Armorial, na Igreja de São Pedro dos Clérigos, e uma exposição de gravuras, pinturas e esculturas.
Entre os anos de 1975 a 1978, o escritor ocupou o cargo de Secretário de Educação e Cultura do Recife e concluiu doutorado em História, pela Universidade Federal de Pernambuco. Por mais de 30 anos, foi professor da UFPE, onde ensinou Estética e Teoria do Teatro, Literatura Brasileira e História da Cultura Brasileira.
A obra de quase 800 páginas, Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta, publicada em 1971, foi reeditada em 2005 e teve sua segunda edição esgotada em menos de um mês. Em 1990, Ariano ocupou a cadeira número 32 da Academia Brasileira de Letras, cujo patrono é Araújo Porto Alegre, o Barão de Santo Ângelo (1806-1879).
Geração literária do autor
A geração de 1945, também conhecida como terceira geração modernista, foi bastante produtiva para a Literatura brasileira, pois surgiu em um contexto histórico que propiciou uma experiência literária voltada para a questão estética. Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a queda de Getúlio Vargas do poder, a geração de 1945, em virtude do contexto de relativa estabilidade política, foi marcada pela busca estética, sobretudo no que se refere à pesquisa da própria linguagem literária. Os autores da geração de 1945 deixaram de lado as preocupações políticas, ideológicas e culturais que marcaram a geração de 1930 e caminharam em direção à experimentação estética literária. Os escritores exploraram na prosa e na poesia a forma literária, apresentando o resultado de suas pesquisas estéticas ao abordar conteúdos relacionados com a contemporaneidade literária.
Falecimento
No dia 23 de julho de 2014, no Real Hospital Português, em Recife, o advogado, professor, teatrólogo e romancista faleceu aos 87 anos após sofrer um Acidente Vascular Cerebral (AVC). Após 16 h de velório e desfile do caixão em carro aberto, o corpo de Ariano Suassuna foi sepultado no Cemitério Morada da Paz em Paulista, em Recife.
Obras de Ariano Suassuna
Teatro
Uma mulher vestida de Sol (1947)
Cantam as harpas de Sião ou O desertor de Princesa (1948)
Os homens de barro (1949)
Auto de João da Cruz (1950)
Torturas de um coração (1951)
O arco desolado (1952)
O castigo da soberba (1953)
O Rico Avarento (1954)
Auto da Compadecida (1955)
O casamento suspeitoso (1957)
O santo e a porca (1957)
O homem da vaca e o poder da fortuna (1958)
A pena e a lei (1959)
Farsa da boa preguiça (1960)
A Caseira e a Catarina (1962)
As conchambranças de Quaderna (1987)
Fernando e Isaura (1956, inédito até 1994)
Romance
A História de amor de Fernando e Isaura (1956)
O Romance d'a Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta (1971)
História d'o Rei Degolado nas caatingas do sertão /Ao sol da Onça Caetana (2015)
Poesia
O pasto incendiado (1945-1970)
Ode (1955)
Sonetos com mote alheio (1980)
Sonetos de Albano Cervonegro (1985)
Poemas (antologia) (1999)
Os homens de barro (1949)
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.