Rachel de Queiroz

Por Me. Fernando Marinho

Rachel de Queiroz foi a primeira mulher a integrar a Academia Brasileira de Letras e é considerada uma das maiores autoras da segunda geração modernista.

Rachel de Queiroz estampada em um selo sérvio. O texto no topo diz: "Emissão conjunta Sérvia–Brasil: Literatura / Rachel de Queiroz (1910–2003)"
Rachel de Queiroz estampada em um selo sérvio. O texto no topo diz: "Emissão conjunta Sérvia–Brasil: Literatura / Rachel de Queiroz (1910–2003)"

Rachel de Queiroz, autora do premiado romance O quinze, publicado em 1930, nasceu em 1910 e é uma das principais autoras do Modernismo brasileiro. Integrando inicialmente a geração de 1930, conhecida pela tendência regionalista, a autora possui uma obra vasta. São 72 anos de carreira e 92 de vida. A escritora faleceu no Rio de Janeiro, no ano de 2003.

Acesse também: Descubra outra representante da geração de 1930 do Modernismo.

Biografia

  • Nasceu em Fortaleza, Ceará, em 17 de novembro de 1910;
  • Em 1917, mudou-se para Belém do Pará e, em 1919, retornou para o Ceará, onde fixou residência;
  • Em 1930, publicou seu primeiro e principal romance, O Quinze;
  • Em 1937, foi presa pelo governo de Getúlio Vargas;
  • Em 1964, apoiou a ditadura militar brasileira;
  • Recebeu o prêmio Camões, a maior honraria dada a escritores de língua portuguesa, em 1993;
  • Faleceu em 2003, no Rio de Janeiro, aos 92 anos de idade.

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Leia mais: Conheça o autor a quem o prêmio Camões faz referência.

Curiosidades

Além de romances, peças de teatro e obras infantojuvenis, Rachel de Queiroz também é conhecida por suas centenas de crônicas, textos que a escritora produzia enquanto jornalista. O jornalismo, inclusive, era a profissão preferida da autora. A literatura era, segundo a própria autora, uma necessidade, e não uma escolha.

Reconhecida nacionalmente desde o seu primeiro romance, Rachel de Queiroz obteve grandes feitos em vida, tais quais ser a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras e, além disso, vencer o Prêmio Camões, maior honraria que um escritor pode receber em língua portuguesa.

Frases

Algumas frases famosas de Rachel de Queiroz são:

  • “A cadeia parecia não mudar nunca, como uma coisa morta; e quem estava lá se esquecia da conta dos dias e das horas, que acabavam se embaralhando todas quando se tentava classificar alguma lembrança.”
  • “Eu me arrependo de quase tudo.”
  • “Na minha infância, todas as velhas só viviam na igreja, (...) velha sem religião quem inaugurou foi minha geração.”

Obras

Rachel de Queiroz escreveu muito e durante muito tempo. Suas produções envolvem romances, peças de teatro, crônicas e livros infantojuvenis. Em relação aos livros voltados para o público jovem, a autora recebeu o prêmio Jabuti pelas obras O menino mágico (1967) e Cafute e pena-de-prata (1986).

Apesar da premiada produção para crianças e adolescentes, a principal parte da obra de Rachel de Queiroz está centrada em seus romances. De seus romances, o que recebe destaque é O Quinze, publicado em 1930. Além dele, a autora também escreveu:

  • Caminho das Pedras (1937), romance escrito enquanto Rachel de Queiroz esteve presa durante o governo de Getúlio Vargas;
  • As três marias (1939), obra intimista que conta o psicológico de uma adolescente. Nesse romance, nota-se uma aproximação do estilo da autora com outra grande escritora brasileira: Clarice Lispector.
  • Memorial de Maria Moura (1992), último romance da autora, que conta a história de uma cangaceira.

Outros romances da autora são João Miguel (1932) e Dora, Doralina (1975). Rachel de Queiroz também escreveu as peças de teatro Lampião (1953), A beata Maria do Egito (1957) e Teatro (1995).

Por fim, as crônicas de Rachel foram reunidas em diversos livros, conforme listamos: A donzela e a moura torta (1948), 100 crônicas escolhidas (1958), O brasileiro perplexo (1964), O caçador de tatu (1967), As menininhas e outras crônicas (1976), O jogador de sinuca e mais historinhas (1980), As terras ásperas (1993) e Falso mar, falso mundo (2002).

O Quinze

O quinze (1930) é uma narrativa que conta a trajetória de Chico Bento e sua família. O protagonista, demitido de seu emprego de vaqueiro devido à seca de 1915, vê-se obrigado a migrar em busca de condições melhores.

Durante o romance, a família passa por diversas penúrias, enfrentando a miséria e a privação para chegar até o Recife. Apesar de chegarem ao destino almejado, a família não encontra condições de vida na região e, no final do romance, os sobreviventes da jornada migram para São Paulo para se tornarem mais uma família de imigrantes na capital paulista.

Posse da escritora Rachel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras
Posse da escritora Rachel de Queiroz na Academia Brasileira de Letras.

Características

Rachel de Queiroz escreveu durante mais de meio século, e suas obras, a depender da época, apresentam algumas características que podem ser ressaltadas. No começo da carreira de escritora, principalmente no seu romance inaugural, O Quinze, nota-se uma forte tendência modernista regionalista, ou seja, a autora denuncia, em seu romance, a seca, a miséria e a sujeição dos mais pobres diante da ganância dos ricos.

A obra, inclusive, traz traços autobiográficos, já que a autora também se retirou com sua família do Ceará para o Rio de Janeiro, durante a forte seca que assolou o Nordeste brasileiro no ano de 1915.

Além do regionalismo, a autora também escreveu obras com forte teor político-partidário, caso do romance Caminho de Pedras, e, em outros casos, produziu livros com uma perspectiva mais intimista e psicológica, como em As três marias.

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