História em quadrinhos

Por Marcelo Sartel

As histórias em quadrinhos tornaram-se um dos gêneros mais lidos em todo o mundo, passando por diversas adaptações para o cinema. Elas foram consideradas, durante muito tempo, uma manifestação reduzida da arte literária. No entanto, a variedade de publicações e a qualidade das narrativas fizeram com que leitores e estudiosos fossem cativados por esse tipo de narrativa gráfica.

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O que é história em quadrinhos?

As histórias em quadrinhos são narrativas gráficas compostas por textos e imagens. Apresentam diversidades de publicações e tom humorístico, contribuindo para uma visão crítica da sociedade e interpretação de contextos atemporais. As histórias em quadrinhos podem ser vistas em jornais, revistas, sites e outros suportes.

Origem das histórias em quadrinhos

As primeiras manifestações de histórias em quadrinhos, conforme as conhecemos hoje, datam do fim do século XIX, quando o autor e ilustrador Richard Outcald criou uma narrativa baseada nas peripécias de um garoto que vivia nos guetos de Nova York, sempre vestido com um pijama amarelo. Essa narrativa possuía linguagem simples e trazia denúncias acerca das questões sociais presentes na época.

No entanto, a criação de histórias em quadrinhos foi intensificada no início do século XX, e elas se dedicavam apenas ao humor e à comicidade. No final da década de 1930, surgiram as primeiras histórias de aventuras e o primeiro super-herói: Superman.

Após a Segunda Guerra Mundial, o surgimento de outras personagens foi otimizado, como Capitão América, Mulher Maravilha e Batman, todos transformados em símbolos do nacionalismo norte-americano.

Após a Segunda Guerra Mundial, o surgimento de outras personagens foi otimizado, como Capitão América, Mulher Maravilha e Batman. [1]
Após a Segunda Guerra Mundial, o surgimento de outras personagens foi otimizado, como Capitão América, Mulher Maravilha e Batman. [1]

Tipos de história em quadrinhos

As charges e os cartuns são, certamente, as demonstrações mais comuns da linguagem de HQ, além da tirinha e do mangá. O tom humorístico e atual é a chancela desses formatos.

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  • Charge

A charge surgiu no início do século XX, com o objetivo de formar oposição a governos e impérios. O sentido da palavra charge é “carga”, em francês, e ela é caracterizada pelo exagero, tendo como objetivo satirizar um acontecimento atual. Pode ou não conter fala, pois o foco do texto está na imagem. Com objetivo político e social, a charge estimula uma visão crítica e bem-humorada a respeito de acontecimentos do cotidiano. Dessa forma, para interpretar-se bem uma charge, basta estar antenado aos acontecimentos presentes, pois ela sempre fará referência a temas atuais.

  • Cartum

O cartum, assim como a charge, utiliza-se de humor e crítica e é majoritariamente um texto visual, podendo ou não conter falas. No entanto, o cartum apresenta uma realidade genérica, atemporal, não havendo limites de tempo. Com isso, não está necessariamente ligado a nenhum acontecimento histórico político.

  • Tirinha

Conhecida pela sequência de um a quatro quadros, envolve personagens fictícias que representam construções estereotipadas da condição humana. O conteúdo pode abordar assuntos filosóficos, políticos e sociais ou apenas entretenimento. Quanto ao aspecto da narrativa, a tirinha possui geralmente uma piada curta, trazendo quebra de expectativa no processo interpretativo.

  • Mangá

Muito popular entre o público jovem, os mangás têm origem japonesa e tiveram sua estética influenciada pelos estúdios Walt Disney. O traço dos desenhos das personagens é caracterizado pelo exagero dos olhos, sobrancelhas e boca, tudo com objetivo de atribuir-lhes mais expressividade. As histórias giram em torno de diversos temas e obedecem à ordem de leitura de trás para frente.

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Características das histórias em quadrinhos

As histórias em quadrinhos estabelecem comunicação por meio de dois códigos: a imagem e o texto escrito. Sendo assim, a mensagem linguística das histórias em quadrinhos parte de alguns aspectos e características:

  • Aspecto narrativo: descrição do quadro, da situação e das ações.
  • Aspecto dialógico: os diálogos nas histórias em quadrinhos são construídos em uma linguagem carregada de convenções. Personagens falam muito, explicam muito, não para si mesmas, mas para o interlocutor.
  • Balões: unem duas mensagens e permitem infinitas interações entre elas. A disposição dos balões pode indicar ordem cronológica das falas. Os tipos de contorno dos balões podem sugerir:

- diálogo: contorno liso

- sussurro: contorno em linhas segmentadas

- mensagem proveniente de aparelho de rádio, TV ou de um grito: contorno zigue-zague

- pensamento ou consciência: contorno de nuvem

A disposição dos balões pode indicar ordem cronológica das falas.
A disposição dos balões pode indicar ordem cronológica das falas.

Histórias em quadrinhos no Brasil

A origem das histórias em quadrinhos no Brasil deu-se com Angelo Agostini, no século XIX. Tratava-se de uma vertente humorística e narrava da vida de personagens fluminenses e sua relação com a Corte portuguesa no Rio de Janeiro.

No início no século XX, Renato de Castro começou a desenhar personagens famosas no exterior, como Mickey Mouse e o Gato Félix, que passaram a ser publicados no Brasil. Já em 1960, Ziraldo, famoso cartunista brasileiro, criou a personagem Menino Maluquinho. Ainda no mesmo ano, Mauricio de Sousa, um dos grandes cartunistas do nosso país, criou as personagens que compõem a Turma da Mônica.

Histórias em quadrinhos no mundo

Mesmo com nomes diferentes, as histórias em quadrinhos fazem sucesso no mundo todo. Por conta disso, existem várias personagens com nomes interessantes, como é o caso da Mafalda, criação do cartunista argentino Quino, em 1964. Atualmente, ocorrem muitos eventos, a nível mundial, destinados ao desenvolvimento ou a novas criações de personagens de histórias em quadrinhos. Esse é o caso da Comic Con, evento mundial que contempla a indústria de videogames e HQs.

Crédito da imagem

[1] phol_66 / Shutterstock

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