Fluxo de consciência
O fluxo de consciência é a simulação do ritmo do pensamento na literatura. Ele confere ao texto a ideia de continuidade, quebra da lógica e aprofundamento dos personagens.
Por Mariana Carvalho Machado Cortes

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O fluxo de consciência é um conceito psicológico que foi adotado pela literatura para retratar o ritmo de pensamento dos sujeitos dentro das narrativas. Tal método passa uma ideia de continuidade e pode quebrar padrões de coerência e de coesão, de modo a promover a quebra da lógica. Esse recurso é utilizado para o aprofundamento psicológico de personagens ou até mesmo do narrador do texto.
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Resumo sobre fluxo de consciência
- O fluxo de consciência é a simulação do ritmo do pensamento na literatura.
- O fluxo de consciência não é linear, acontece dentro de um tempo psicológico e em como característica a quebra da lógica.
- São grandes escritores que utilizam o fluxo de consciência: James Joyce, Virginia Woolf, Clarice Lispector, Marcel Proust e Lygia Fagundes Telles
- A epifania é uma manifestação psicológica que confere ao sujeito uma revelação sobre si ou sobre o seu meio.
- O monólogo interior também é um relato do pensamento, no entanto não procura necessariamente simular o fluxo das ideias dentro das mentes dos personagens.
O que é fluxo de consciência?
O fluxo de consciência é um conceito psicológico que passou a ser utilizado para obras literárias que procuram simular o ritmo do pensamento ao retratá-lo na escrita. A ideia é exprimir a continuidade dos processos mentais não como pedaços fragmentados, mas sim como um fluxo contínuo.
Ele é a expressão direta dos estados mentais, mas sem uma preocupação com a lógica. No fluxo de consciência, o que se manifesta é a representação direta do inconsciente. Trata-se de um desenrolar ininterrupto dos pensamentos das personagens ou do narrador.
Quais as características do fluxo de consciência?
Assim como qualquer elemento da literatura, o fluxo de consciência pode se manifestar de diversas formas, mas as características gerais que podem ser encontradas nesse fenômeno literário são:
- Falta de linearidade: O fluxo de consciência permite uma liberdade maior na organização dos tempos e das ideias do texto, uma vez que o que está sendo retratado é a continuidade do pensamento. Dessa forma, se há memórias sendo contadas, elas não precisam obedecer a uma linearidade temporal; nem há a preocupação de um discurso com introdução, desenvolvimento e conclusão.
- Tempo psicológico: Uma narrativa pode ser contada por meio de um tempo cronológico, em que a história tem como referência o tempo convencional medido pelo relógio; ou pelo tempo psicológico, que tem como referência o tempo que se passa na cabeça da personagem. Este que é utilizado no fluxo de consciência e é independente do cronológico.
- Falta de coerência das informações: O fluxo de consciência também permite uma falta de preocupação com a coerência das informações, ou seja, as ideias não precisam ser todas bem amarradas, já que o pensamento não é assim, ele tem o seu próprio caminho e não está preocupado se há um desfecho, um desenvolvimento de ideias ou qualquer artifício textual que esteja relacionado à construção de um texto.
- Alta carga de subjetividade: No fluxo de consciência, o que importa não é a transmissão precisa das informações, mas sim o entendimento sobre o estado psicológico das personagens. Assim, há um alto teor de subjetividade no texto, uma vez que tudo o que ocorre na realidade é intermediado pelos sentimentos, pelas sensações e pelos pensamentos das personagens.
- Ilogismo: O fluxo de consciência pode passar pela linha tênue do consciente e do subconsciente. Assim, uma característica marcante é a quebra de lógica, a qual também está diretamente associada à falta de coerência. Isso ocorre, uma vez que o pensamento permite relações entre ideias que a realidade convencional não permite. Tal característica possibilita que ideias e sentidos múltiplos sejam trabalhados dentro do texto.
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Para que serve o fluxo de consciência?
A princípio, a ideia do fluxo de consciência é simular o ritmo e a continuidade do pensamento, de maneira que gere verossimilhança e que o leitor sinta que está dentro da mente da personagem. Isso contribui com a imersão na leitura e permite que o leitor entenda a perspectiva, os sentimentos e as sensações de quem está dentro da história.
Dessa forma, o fluxo de consciência também contribui para o aprofundamento psicológico da personagem. Há histórias cujo foco está nos fatos e acontecimentos da realidade. Mas há outras que estão preocupadas em imergir no psicológico dos sujeitos da história, para que haja uma reflexão aprofundada sobre o ser humano em sua forma de pensar e de sentir.
Esse fenômeno literário também confere uma grande liberdade de expressão das personagens, uma vez que, apenas em seus pensamentos, podem mostrar quem realmente são. Assim, os leitores podem entrar em contato com as verdadeiras impressões e intenções dos indivíduos da narrativa, e não apenas com o que esses demonstram na história.
Como funciona o fluxo de consciência?
O fluxo de consciência, como recurso literário, pode acontecer com a mínima interferência do narrador, ou seja, nesse caso, deve-se passar a ilusão de que não há intermediação alguma, por meio de uma organização por parte da figura do narrador, mas apenas a continuidade de pensamento da personagem.
O fluxo de consciência é definido por ter um ritmo ininterrupto e uma relação mais livre entre as ideias, que ocorre de maneira associativa, e não lógica. Se há uma maior preocupação com elementos coesivos e com a relação entre as ideias, então o fluxo de consciência não ocorre de maneira tão fluida. Muitas vezes, por exemplo, o texto aparece com o mínimo de pontuação, para não haver pausas no ritmo do pensamento.
Outra forma de que pode se manifestar o fluxo de consciência ocorre por meio da descrição do autor onisciente, mas de maneira não formulada, podendo, até mesmo, ser incoerente. No entanto, mesmo ainda simulando o fluxo de consciência, o narrador pode usar a sua própria linguagem, não o estilo peculiar do personagem.
Exemplos de fluxo de consciência
“…ele era muito bonito naquela época procurando parecer com lorde Byron eu dizia que eu gostava apesar de que ele era bonito demais para um homem e ele era um pouco parecido antes de ficarmos noivos depois porém ela não gostou tanto assim no dia em que eu tive um ataque de riso com uma risada que não conseguia parar todos os meus grampos de cabelo caindo um atrás do outro com a grande quantidade de cabelo que eu tinha você está sempre de muito bom humor ela disse sim porque isso a atormentava porque ela sabia o que isso significava porque eu costumava contar para ela um bocado daquilo que acontecia entre nós não tudo justo o suficiente para deixá-la com água na boca mas não era minha culpa ela não botou muito os pés na nossa casa depois que nós casamos…”
Trecho de Ulisses, de James Joyce.
O fluxo de consciência elaborado por James Joyce é feito sem pontuação para demonstrar a ideia da continuidade, ao aumentar a impressão de fluxo, e da desorganização, que gera o ritmo do pensamento. Não há, portanto, elementos coesivos que organizam a ideia, uma vez que o pensamento não é elaborado para a compreensão de um receptor externo, mas uma manifestação espontânea das reflexões da personagem. As suas impressões e memórias se misturam.
O que importa, assim, não é o retrato fiel da realidade, mas como a personagem a percebe. A ausência de pontuação contribui com a elaboração do fluxo de consciência, mas não é essencial.
Veja agora um trecho de Clarice Lispector:
“Ficarei perdida entre a mudez dos sinais? Ficarei, pois sei como sou: nunca soube ver sem logo precisar mais do que ver. Sei que me horrorizarei como uma pessoa que fosse cega e enfim abrisse os olhos e enxergasse - mas enxergasse o quê? um triângulo mudo e incompreensível. Poderia essa pessoa não se considerar mais cega só por estar vendo um triângulo incompreensível?
Eu me pergunto: se eu olhar a escuridão com uma lente, verei mais que a escuridão? a lente não devassa a escuridão, apenas a revela ainda mais. E se eu olhar a claridade com uma lente, com um choque verei apenas a claridade maior.
Enxerguei, mas estou tão cega quanto antes porque enxerguei um triângulo incompreensível. A menos que eu também me transforme no triângulo que reconhecerá no incompreensível triângulo a minha própria fonte e repetição.
Estou adiando. Sei que tudo o que estou falando é só para adiar - adiar o momento em que terei que começar a dizer, sabendo que nada mais me resta a dizer. Estou adiando o meu silêncio. A vida toda adiei o silêncio? mas agora, por desprezo pela palavra, talvez enfim eu possa começar a falar…”
Trecho de Paixão segundo G.H., de Clarice Lispector
A paixão segundo G.H trata das reflexões íntimas de uma mulher que teve uma epifania e que procura entender a sua própria subjetividade a partir desse momento. Há, nesse sentido, um fluxo de consciência que vaga pelos pensamentos de maneira livre, sem que haja a intenção de amarrar as ideias ou desenvolvê-las. Esse fluxo pode ir de uma ideia a outra e retornar à primeira, se quiser. Há, assim, uma elaboração única que não está presa a um padrão prévio de construção textual.
Nesse sentido, há a simulação de que, como leitores, somos levados pelos pensamentos da personagem, de maneira que experimentamos os seus medos, as suas inseguranças e o descobrimento de si, sem entender exatamente para onde esse fluxo vai nos levar com a personagem. De forma similar, ocorre no texto de Virginia Woolf.
“Assim continuava a debater consigo no St. James’s Park, ainda tentando provar que tivera razão — como não podia deixar de ser — ao não se casar com ele. Pois no casamento é preciso um pouco de tolerância, um pouco de liberdade entre pessoas que convivem dia após dia sob o mesmo teto; e isso Richard e ela proporcionaram um ao outro. (Onde estava ele nesta manhã, por exemplo? Em alguma comissão, ela jamais lhe perguntava.) Com Peter, porém, tudo tinha de ser partilhado; tinha de ser esmiuçado. Era insuportável, e naquela cena no canteiro junto à fonte, ela fora obrigada a romper com ele, senão ambos seriam destruídos, ambos arruinados, estava certa; mesmo tendo em seguida carregado por anos, como uma flecha cravada no coração, o pesar, a angústia: e depois aquela ocasião atroz, em um concerto, quando lhe contaram que ele estava casado com uma mulher que conhecera no barco para a Índia! Nunca iria esquecer isso. Ele a considerava fria, insensível, uma santarrona. Incapaz de entender o quanto ele a amava. Ao contrário, provavelmente, dessas mulheres indianas — tolas, belas, frívolas e superficiais. E toda a sua comiseração fora em vão. Pois ele estava feliz, foi o que lhe assegurou — perfeitamente feliz, mesmo sem ter realizado nada que merecesse comentário; toda a vida dele fora um fracasso. Isso ainda a deixava furiosa.
Chegou ao portão do parque. Ali ficou parada um instante, fitando os ônibus em Piccadilly.
A partir de agora, nunca mais diria de ninguém que a pessoa era isto ou aquilo. Ela se sentia muito jovem; ao mesmo tempo, inconcebivelmente velha. Passava por tudo como uma faca afiada; ao mesmo tempo, ficava de fora, contemplando. Tinha uma sensação permanente, olhando os táxis, de estar longe, longe, bem longe no mar e sozinha; sempre era invadida por essa sensação de que era muito, muito perigoso viver, ainda que por um dia.”
Trecho de Mrs. Dalloway, de Virginia Woolf
Nesse texto, há um retrato do fluxo de consciência por meio do narrador onisciente. Este, nesse sentido, aparece um pouco mais que nos outros trechos, o que pode ser percebido por meio do uso da terceira pessoa e da interrupção do pensamento para a localização da personagem no tempo e no espaço. Ainda assim, o que prevalece é o fluxo da consciência, uma vez que acompanhamos a continuidade das ideias e percepções da personagem. O centro continua sendo o desenrolar de sua subjetividade, e não as ações que ocorrem no meio externo.
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Autores e obras que utilizam fluxo de consciência
- Virginia Woolf: considerada uma das grandes autoras do séc. XX, Virginia Woolf tem como um de seus principais temas, assim como ocorre também na obra de Clarice Lispector, o feminino. Assim, o fluxo de consciência é utilizado para o aprofundamento da subjetividade de personagens femininas. As suas principais obras com o uso de tal recurso são: “Mrs. Dalloway” e “O farol”.
- Clarice Lispector: a autora brasileira é muito conhecida por utilizar o fluxo de consciência, uma vez que utiliza tal recurso, em muitos de seus textos, para explorar a subjetividade de personagens femininas. A sua obra mais conhecida pelo uso do fluxo de consciência é o seu livro “A Paixão segundo G.H”, mas há outros textos em que é possível identificar tal elemento textual, como nos contos “A imitação da Rosa” e “Amor”, ambos do livro “Laços de Família”.
- Lygia Fagundes Telles: um dos grandes nomes da literatura brasileira dos últimos anos, a escritora ficou marcada por personagens complexos cujo psicológico era desenvolvido por meio do fluxo de consciência. A autora é conhecida por utilizar recursos e técnicas textuais distintas em seus textos, de forma a elaborar narrativas e construir personagens únicos em suas obras. As principais obras em que é possível identificar o uso do fluxo de consciência são: “As meninas” e “Antes do Baile Verde”.
- James Joyce: conhecido como um dos maiores romancistas do séc. XX, James Joyce utiliza o fluxo de consciência e o aprofunda por meio de técnicas textuais como a ausência do uso de pontuação e a desconexão lógica e coerente entre as ideias. Joyce, em suas obras, explora a ideia do fluxo contínuo de pensamento. Sua obra mais conhecida pelo uso de tal técnica literária é “Ulisses”.
- Marcel Proust: conhecido por ser um profundo analista do ser humano, Marcel Proust é considerado um dos primeiros escritores a utilizar o fluxo de consciência em sua obra mais conhecida, “Em busca do tempo perdido”, mesmo que os escritores que o sucederam utilizaram tal recurso de maneira mais aprofundada.
Qual a importância do fluxo de consciência?
O fluxo de consciência é uma forma de aproximação da psicologia com a literatura e se tornou um artifício importante para o aprofundamento da construção do personagem. Tal elemento literário permitiu ao leitor uma verdadeira imersão na mente dos sujeitos que compõem a história.
Além disso, a elaboração do fluxo de consciência na literatura permitiu a reflexão sobre o ritmo e a construção do pensamento como algo ilógico e fluido, sem interrupção e sem a preocupação com a coerência e a coesão, as quais são tão essenciais em um texto convencional escrito.
Esse artifício literário também foi um modo para que o personagem pudesse se manifestar livremente com uma intervenção mínima do narrador sem a necessidade de exteriorizar os seus pensamentos. Isso permite que o leitor tenha um contato muito mais íntimo com as ideias, impressões e sentimentos dos personagens.
Fluxo de consciência x epifania
Ambos os conceitos tratam de manifestações do psicológico. Literariamente falando, essas são ideias que podem aparecer juntas e até se complementar. No entanto, cada uma tem a sua definição e diferença.
Enquanto o fluxo de consciência trata sobre a elaboração do pensamento na narrativa, de maneira a simular o ritmo do pensamento nas personagens, a epifania literária trata sobre um fenômeno psicológico em que o sujeito, a partir de um acontecimento simples cotidiano, vive a força de uma grande revelação, a qual normalmente desloca a pessoa para uma reflexão subjetiva. Na literatura, muitas vezes, essa sublimação psicológica pode ser relacionada à manifestação de um olhar poético. A epifania tem como característica o fato de ser um acontecimento efêmero, porém impactante. Em obras literárias, o momento da epifania pode ser descrito por meio da elaboração de um fluxo de consciência.
A epifania, portanto, é um fenômeno psicológico momentâneo que revela ao sujeito um novo olhar sobre si e o meio em que está inserido. O fluxo de consciência é o relato do pensamento de um personagem, que pode ocorrer em qualquer momento e visa a simular o seu caráter de continuidade e de quebra da lógica.
Diferenças entre fluxo de consciência e monólogo interior
Os termos fluxo de consciência e monólogo interior já foram, muitas vezes, utilizados como sinônimos. A primeira diferença, no entanto, que se identifica é que este é uma expressão originária da literatura, e aquela, da psicologia, criado pelo psicólogo William James. Com o passar do tempo, no entanto, ambos começaram a ser usados na crítica literária.
O monólogo interior, a partir de então, se tornou uma expressão mais abrangente para qualquer apresentação direta e imediata dos pensamentos de uma personagem. Essa é uma prática antiga, utilizada já na Odisseia, de Homero, pelo personagem Ulisses. O monólogo pode acontecer de diversas formas e pode ter mais ou menos intervenção do narrador.
Quando o monólogo está aprofundado a ponto de deslanchar em um fluxo ininterrupto de pensamentos que não mais estão preocupados com a coerência entre as ideias, ele se torna fluxo de consciência. Este, portanto, é um tipo de monólogo interior, ou ainda a sua versão mais aprofundada e radicalizada da simulação da continuidade de pensamento.
Como escrever em fluxo de consciência?
Para escrever o fluxo de consciência, é necessário que o autor tenha a disposição de aparecer o mínimo em seu texto, e seus personagens, ou até mesmo o narrador, devem prevalecer, uma vez que o fluxo de consciência é a manifestação de sujeitos dentro do texto.
O autor também deve exercer liberdade de escrita, uma vez que o fluxo de consciência não pertence a um texto engessado, mas sim a um texto fluido que não está ligado a certas convenções de escrita; também pode utilizar menos mecanismos coesivos e ser mais livre no estabelecimento da coerência do texto.
Não se deve esquecer também que a escrita do fluxo de consciência é uma forma de aprofundamento psicológico, por isso o ator deve considerar se os pensamentos direcionados a um personagem ou a um narrador são coerentes a esses e se os aprofundam.
Portanto, para escrever em fluxo de consciência, o escritor deve exercer liberdade de escrita e dar o máximo de voz aos sujeitos que compõem a sua história, de maneira que a elaboração do pensamento pareça o mais espontânea e peculiar possível, uma vez que cada pessoa apresenta a sua própria forma de pensar.

Exercícios sobre fluxo de consciência
1. (IDHTEC) Assinale a alternativa que melhor descreve a técnica literária conhecida como "fluxo de consciência".
a) O fluxo de consciência é uma técnica que busca representar os valores e crenças dos personagens de maneira ordenada e linear, proporcionando uma imersão profunda na subjetividade narrativa e influenciando a percepção do tempo na narrativa.
b) O fluxo de consciência é uma técnica que busca representar o pensamento dos personagens de maneira caótica e não linear, proporcionando uma imersão profunda na subjetividade narrativa e influenciando a percepção do tempo na narrativa.
c) O fluxo de consciência é uma técnica que busca representar os desejos e interesses dos personagens de maneira ordenada e linear, proporcionando uma imersão profunda na subjetividade narrativa e influenciando a percepção do tempo na narrativa.
d) O fluxo de consciência é uma técnica que busca representar o pensamento dos personagens de maneira caótica e não linear, proporcionando uma imersão superficial na objetividade narrativa e influenciando a percepção do tempo na narrativa.
e) O fluxo de consciência é uma técnica que busca representar os valores e crenças dos personagens de maneira caótica e não linear, proporcionando uma imersão superficial na subjetividade narrativa e influenciando a percepção de si mesmo na narrativa.
GABARITO: B.
O fluxo de consciência não pode ser retratado de forma ordenada, mas sim de forma desordenada e não linear. Ele proporciona uma imersão profunda no psicológico do personagem; por isso, não é objetivo, mas sim subjetivo. Como ocorre em um tempo psicológico, o pensamento não ocorre em um tempo convencional.
2. Uma característica sobre o fluxo de consciência é:
a) o alto grau de objetividade.
b) o foco narrativo em 3ª pessoa.
c) a presença de um narrador observador.
d) a quebra da lógica
GABARITO: D.
A única característica correspondente ao fluxo de consciência está na letra D: a quebra da lógica. O fluxo de consciência possui um alto teor de subjetividade, normalmente acontece com um narrador-personagem ou onisciente, e o foco narrativo pode ser em primeira ou em terceira pessoa.
Fontes
CARVALHO, Alfredo Leme Coelho de. Foco narrativo e fluxo de consciência: questões de teoria literária. São Paulo: Editora Unesp, 2012.
LEITE, Ligia Chiappini Moraes. O Foco Narrativo. São Paulo: Ática, 2002.