Sinônimos

Sinônimos são palavras que apresentam um ou mais sentidos em comum. Podem ser classificados como perfeitos ou imperfeitos, a depender do grau de compatibilidade semântica.

Por Talliandre Matos

Quadro com conceito de sinônimos e exemplos.

Sinônimos são termos que apresentam sentidos semelhantes ou iguais. O conceito de sinônimo pertence aos estudos da semântica lexical, a qual investiga o sentido das palavras individualmente. Como as palavras podem ter mais de um significado, nem sempre elas são compatíveis em todos eles, nesses casos, dizemos que essas palavras são sinônimos imperfeitos. Quando o sentido das palavras é igual em todas as situações de uso, então elas são sinônimos perfeitos.

Leia também: Como evitar uma ambiguidade?

Resumo sobre sinônimos

  • Sinônimos são palavras que apresentam um ou mais sentidos semelhantes ou iguais.
  • As palavras podem ter mais de um sentido, a depender do contexto de uso.
  • Os sinônimos são classificados em perfeitos ou imperfeitos.
  • Quando os sinônimos apresentam compatibilidade semântica em todos os contextos de uso, são sinônimos perfeitos.
  • Quando os sinônimos apresentam compatibilidade em apenas alguns contextos de uso, são sinônimos imperfeitos.
  • Os sinônimos são muito importantes na construção textual, pois ajudam a evitar repetição demasiada de uma mesma palavra.
  • Sinônimo é um conceito da semântica lexical, que estuda a construção de sentido das palavras.

O que são sinônimos?

Sinônimos são um conceito dos estudos semânticos (significados), mais especificamente da semântica lexical, que é a área da linguística que investiga o sentido individual dos vocábulos. Assim, palavras sinônimas são aquelas que apresentam semelhança ou igualdade de significado.

De acordo com John Lyons (2009), as palavras podem ter um ou mais sentidos, de valor “descritivo, expressivo e social”.|1| Sendo assim, alguns termos apresentam uma diversidade de interpretações, o que dificulta a existência de outro vocábulo igual em todas as variações semânticas. Mesmo assim, algumas palavras podem compartilhar um ou outro sentido, ainda que divirjam em outros.

Exemplos:

Estou aprendendo uma língua nova.

Estou aprendendo um idioma novo.

Nas duas frases acima, as expressões “língua” e “idioma” atuam como sinônimos, pois ambas conseguem se referir a um determinado código linguístico. No entanto, em outros contextos, elas não são sinônimos, como no exemplo abaixo:

Cortei minha língua quando a mordi.

Nesse contexto, o termo “língua” se refere a uma parte do corpo, portanto não é sinônimo de “idioma”.

Exemplos de sinônimos

abreviação

abreviatura

acabar

terminar

ademais

além disso

adereço

enfeite

auditório

plateia

baseado

apoiado

batalha

combate

comprar

adquirir

compreender

entender

contemplar

apreciar

debate

discussão

decifrar

decodificar

delatar

entregar

estudante

aluno

fiel

leal

harmonia

equilíbrio

lançar

arremessar

luta

briga

lugar

local

partir

dividir

somar

adicionar

voltar

regressar

Veja também: Metonímia — figura de linguagem que explora o sentido das palavras

Tipos de sinônimos

Como dito anteriormente, os sinônimos podem ocorrer de forma completa, isto é, apresentando o mesmo sentido em diferentes contextos, ou ser semelhante a outros termos em um dos seus possíveis significados. Desse modo, eles podem ser divididos em:

→ Sinônimos perfeitos

São os raros casos em que as palavras possuem equivalência semântica nos diversos contextos comunicativos. Exemplos:

POIS = PORQUE

Não vou participar porque estou doente.
Não vou participar, pois estou doente.

Gosto muito de você porque és humilde.
Gosto muito de você, pois és humilde.

→ Sinônimos imperfeitos

São casos em que as palavras possuem equivalência semântica em apenas alguns sentidos ou contextos comunicativos.

  • Exemplos de sinônimos:

anel / aliança (adereço utilizado no dedo)

Hoje vamos procurar os anéis para nosso casamento.
Hoje vamos procurar as alianças para nosso casamento.

  • Exemplos de não sinônimos:

anel (objeto circular) / aliança (parceria)

Precisamos encaixar aquele anel nessa parte.
Nossa aliança foi firmada formalmente hoje.

Sinônimos e antônimos

Os sinônimos são palavras que têm sentido igual ou semelhante, portanto podem ser utilizadas para substituir umas às outras, evitando repetição demasiada no texto, como, por exemplo:

feliz → alegre

claro → iluminado

leal → fiel

Já os antônimos são palavras que têm sentido opostos, por isso são utilizados para expressar ideias contrárias, como, por exemplo:

claro → escuro

dia → noite

bom → mau.

Saiba mais: O que é polissemia?

Exercícios resolvidos sobre sinônimos

1. (VUNESP - 2025) Leia o texto para responder às questões de números 03 a 08.

Existem as pessoas bibliófilas (do grego biblíon, “livro”, e philos, “amigo”): quase sempre intelectuais, adoram ter livros raros, edições únicas, várias traduções dos mesmos textos. Reúnem coleções catalogadas que podem ser utilíssimas para pesquisadores. Existem as pessoas acumuladoras: adoram ter uma enorme quantidade de objetos, incluindo livros. Via de regra, o termo já designa uma patologia: pessoas que acumulam itens porque simplesmente não conseguem jogá-los fora. E, portanto, são também incapazes de catalogar, cuidar, organizar, até mesmo limpar seus objetos.

E existimos nós, pobres mortais que não temos nem a seriedade e o senso de propósito das bibliófilas, e nem a patologia descontrolada das acumuladoras, mas que, sim, vamos comprando livros pela vida e, na semana seguinte, antes de termos lido qualquer uma das compras da anterior, já estamos comprando novos, que vão se acumulando sem serem lidos.

Para o escritor Roberto Calasso, autor de Como organizar uma biblioteca, bibliotecas deveriam ser organizadas de forma aleatória e lúdica, um lugar para o usuário se perder e, quem sabe, encontrar um livro ainda melhor quando se está buscando por outro apenas adequado. Mais importante, toda boa biblioteca é comprada no presente, mas para ser útil no futuro. “Nada tira o fascínio de ter nas mãos — na hora — um livro de cuja necessidade não se sabia até um momento antes”, escreve ele.

(Alex Castro. ‘Tsundoku", a arte de acumular livros. Revista Quatro Cinco Um. Julho de 2024. Adaptado)

Em “…bibliotecas deveriam ser organizadas de forma aleatória e lúdica…” (3º parágrafo), as palavras destacadas possuem como sinônimos, respectivamente:

A) casual e divertida.

B) organizada e complexa.

C) fortuita e misteriosa.

D) lógica e recreativa.

E) desinteressada e caótica.

Resposta: A

Comentário: A palavra aleatória está indicando algo que não obedece a “regras específicas”, por isso pode ser substituída por “casual” que também engloba tal sentido. Já a palavra “lúdica” remete a algo próximo da brincadeira, da diversão, por isso pode ser substituída por “divertida”.

2. (IDECAN) O texto seguinte servirá de base para responder às questões de 1 a 4.

PETRÓLEO CAI 17% NO TERCEIRO TRIMESTRE COM DESACELERAÇÃO DA DEMANDA

NOVA YORK | REUTERS

Os preços do petróleo registraram uma perda de 17% no terceiro trimestre, diante de preocupações com a desaceleração da demanda global que ofuscaram temores de que um conflito crescente no Oriente Médio poderia reduzir a oferta.

Os futuros do Brent para entrega em novembro caíram 9% em setembro, para US$ 71,77 o barril, maior declínio mensal desde novembro de 2022. O WTI fechou a US$ 68,17 — queda de 7% no mês e de 16% no trimestre.

Folha de São Paulo, 01/10/2024.

A partir do contexto produzido pelo texto, podemos afirmar que o verbo ofuscar (ofuscaram — 1º parágrafo) significa o mesmo que:

A) atrapalhar.

B) encobrir.

C) estimular.

D) mediar.

Resposta: B

Comentário: A palavra “ofuscar”, nesse contexto, indica algo que está obstruído, não pode ser visto de maneira evidente, pois algo interfere. Sendo assim, pode ser substituída pela palavra “encobrir” que também indica essa obstrução.

Nota

|1| LYONS, John. Lingua(gem) e linguística: uma introdução. Tradução de Marilda Winkler Averburg, Clarisse Sieckenius de Souza. Rio de Janeiro: LTC, 2009.

Fontes

CEGALLA, Domingos Paschoal.  Novíssima gramática da língua portuguesa. 48. ed., atual. São Paulo: Nacional, 2018.

LIMA, Carlos Henrique da Rocha. Gramática Normativa da Língua Portuguesa. 49. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2011.

LYONS, John. Lingua(gem) e linguística: uma introdução. Tradução de Marilda Winkler Averburg, Clarisse Sieckenius de Souza. Rio de Janeiro: LTC, 2009.