Foco narrativo é o elemento presente nos textos narrativos responsável por esclarecer ao leitor o ponto de vista utilizado na narrativa.
O foco narrativo designa o ponto de vista daquele que narra a história. Dessa forma, ele pode ser em primeira pessoa, isto é, quando pertence a uma das personagens (principal ou coadjuvante), e também pode ser em terceira pessoa, ou seja, quando não pertence a uma das personagens, localizando-se fora da história.
Leia também: Autor e narrador — os elementos que os diferenciam
O foco narrativo é, em síntese, o ponto de vista do narrador acerca de uma história.
Ele pode ser dividido em dois tipos: em primeira pessoa e em terceira pessoa.
Enquanto o foco narrativo trata da perspectiva dos acontecimentos narrados, o narrador é aquele que conta a história.
Foco narrativo é o elemento que designa o ponto de vista daquele que narra a história. Partindo disso, é importante destacar que ele é essencialmente compreendido em dois tipos. Veja-os a seguir.
Se o narrador é uma das personagens da história contada, diz-se que o foco narrativo é em primeira pessoa. Quando for o caso, podemos ter dois tipos de narrador — protagonista ou testemunha. No primeiro caso, o narrador conta a sua própria história; no segundo, ele participa ativamente da história de outrem.
No caso do narrador protagonista, a história é focada nele mesmo, isto é, sob o seu ponto de vista. Em Memórias póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, temos um narrador personagem. Já no caso do narrador testemunha, a história é sobre alguém e contada por outra pessoa. As histórias de Sherlock Holmes, escritas por Arthur Conan Doyle, são exemplos em que há um narrador testemunha.
Se o narrador se localiza fora da história, trata-se de um foco narrativo em terceira pessoa. Quando é o caso, é possível encontrarmos os seguintes tipos de narrador — narrador observador, narrador onisciente neutro ou narrador onisciente intruso.
O primeiro, o narrador observador, é aquele que relata os fatos com certa relação de distância, sem fazer qualquer interferência ou posicionamento. Trata-se de um narrador que não toma posição, agindo de forma neutra.
Quanto ao segundo, o narrador onisciente neutro, mantém-se a ideia de neutralidade do observador, mas ele consegue acessar elementos que o observador não consegue, como as emoções e os pensamentos das personagens. Por fim, o narrador onisciente intruso, diferentemente do onisciente neutro, emite opiniões e julgamentos durante sua fala, no intuito de induzir o leitor a tomar o seu lado ou posicionamento.
Por acessar as emoções e os pensamentos, eles podem ser utilizados como evidências para convencer o público que acompanha a trama. O narrador testemunha pode ser encontrado na maioria dos romances best-sellers, como Game of Thrones, Senhor dos Anéis e Harry Potter.
O narrador onisciente neutro pode ser encontrado nas obras O falcão maltês, de Dashiell Hammett, e Madame Bovary, de Gustave Flaubert. Já o narrador onisciente intruso pode ser visto nas obras Quincas Borba, de Machado de Assis, e Esplendores das cortesãs, de Balzac.
Saiba mais: Descrição — a tipologia textual que tem como função descrever algo ou alguma cena
Em um texto narrativo, o narrador é quem conta a história, podendo ser em primeira ou terceira pessoa. Por outro lado, o foco narrativo é o ponto de vista da narração, isto é, a quem a narrativa está sendo direcionada. Desse modo, o foco narrativo pode ser comparado com uma câmera em uma produção audiovisual.
As escolhas da câmera em mostrar determinada perspectiva estão relacionadas ao foco narrativo escolhido por sua produção. Assim, o foco narrativo e o narrador se misturam quando o narrador é o personagem principal. No caso de um narrador testemunha ou qualquer narrador em terceira pessoa, o ponto de vista pode variar a depender da história que está sendo contada.
É evidente que ambos os conceitos se complementam (foco narrativo e narrador), afinal, eles são interdependentes. O ponto de vista é estabelecido, em suma, pelo foco narrativo em primeira ou terceira pessoa.
Famoso poeta brasileiro, fez parte da segunda geração romântica.
O predicado é um termo essencial da oração que faz uma afirmação sobre o sujeito.
Indica uma condição em relação a um verbo, adjetivo ou outro advérbio.
Podem provocar efeitos indesejados na comunicação, entre eles a ambiguidade.
As palavras aportuguesadas são aquelas de origem estrangeira que foram adaptadas às normas ortográficas da língua portuguesa.