Liev Tolstói

Por Warley Souza

Liev Tolstói é um famoso escritor russo. Ele é um dos principais nomes do realismo em seu país e escreveu livros famosos, como os romances Guerra e paz e Anna Karenina.

Retrato do escritor Liev Tolstói, um dos principais representantes do realismo russo.
O escritor Liev Tolstói é um dos principais representantes do realismo russo.

Liev Tolstói é um famoso autor da Rússia. Ele nasceu em 9 de setembro de 1828, na propriedade rural da família. Mais tarde, começou a estudar Direito na Universidade de Kazan, mas desistiu do curso. Também participou da Guerra da Crimeia (1853-1856). Além disso, fez grande sucesso como escritor.

O romancista, que faleceu em 20 de novembro de 1910, em Astapovo, é um dos principais autores do realismo russo. Seus romances apresentam análise psicológica, crítica social, fluxo de consciência, além da temática do adultério. E uma de suas narrativas mais conhecidas é o livro Guerra e paz.

Leia também: Fiodor Dostoiévski — outro importante autor do realismo russo

Resumo sobre Liev Tolstói

  • Liev Tolstói é um conhecido romancista russo.

  • Ele nasceu em 1828 e morreu em 1910.

  • Tolstói é um dos principais representantes do realismo russo.

  • Suas obras apresentam crítica sociopolítica e ausência de idealizações.

  • A temática cristã é um dos elementos de destaque em suas obras.

  • Um de seus livros mais famosos é o romance histórico Guerra e paz.

Videoaula sobre Liev Tolstói

Biografia de Liev Tolstói

Liev Tolstói nasceu na Rússia, no dia 9 de setembro de 1828. Era filho de aristocratas. Seu pai — Nikolai Ilyich Tolstói (1794-1837) — era um conde. Porém, em 1830, o menino ficou órfão de mãe. Não frequentou escola até os 16 anos, mas foi educado em casa, por meio de tutores.

Tal fato se deveu a um desejo expresso pela mãe, antes de falecer. Já em 1837, o menino ficou órfão também de pai. Então, o escritor e seus irmãos foram criados por suas tias. Com 16 anos, o jovem escritor abandonou o cristianismo ortodoxo e deixou de frequentar a igreja. E, em 1844, o jovem Tolstói ingressou na Universidade de Kazan.

Ali, onde permaneceu cerca de três anos, estudou Línguas Orientais e Direito. Mas abandonou os estudos, pois discordava sempre dos professores, os quais achava medíocres. Além disso, recebeu a herança do pai, em 1847, e se tornou dono da hoje famosa Iasnaia Poliana, nome da propriedade rural onde nascera.

Ingressou no exército em 1851, por isso se mudou para o Cáucaso. No ano seguinte, em 1852, publicou seu primeiro livro — Infância. Entre 1852 e 1856, publicou as sequências dessa primeira narrativa, ou seja, os livros Adolescência e Juventude. E também esteve na Guerra da Crimeia, que durou de 1853 a 1856.

Os três primeiros livros obtiveram grande sucesso. Então, Tolstói deixou o exército em 1856, quando decidiu morar em São Petersburgo. Em 1859, retornou à casa natal, onde abriu uma escola para atender aos filhos dos camponeses. No ano seguinte, partiu para a Europa Ocidental, onde estudou Pedagogia. Em 1862, se casou com Sofia Andreevna (1844-1919).

No final da década de 1870, após cair em depressão, novamente se aproximou do cristianismo. A temática cristã passou a fazer parte importante de sua obra. O autor, contudo, não alimentava uma fé cega. Portanto, a igreja ortodoxa da Rússia era constantemente criticada por Liev Tolstói, que a acusava de corrupção.

Últimos anos de Liev Tolstói

Em 1901, Tolstói foi excomungado pela igreja ortodoxa, da qual era um grande crítico. Mas isso não impediu o escritor de se considerar cristão. Por essa época, era um anarquista pacifista, que criticava o serviço militar, o voto e o Judiciário. Continuou a escrever, mas se indispôs com grande parte da família, que discordava de suas ideias.

Sua filha e herdeira Aleksandra foi a única a não se afastar do escritor. No final de 1910, ele decidiu viajar até o mosteiro Optina Pustin, em Kaluga. Contudo, passou mal em Astapovo, onde faleceu em 20 de novembro de 1910. Nessa época, já era conhecido no mundo inteiro. E sua morte foi amplamente noticiada.

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Características das obras de Liev Tolstói

As principais características das obras de Liev Tolstói, um dos principais representantes do realismo russo, são as seguintes:

  • estilo realista;

  • ausência de idealizações;

  • nacionalismo crítico;

  • adultério feminino;

  • prosa psicológica;

  • monólogo interior;

  • elementos sociopolíticos;

  • crítica de costumes;

  • caráter irônico;

  • moral religiosa;

  • aspecto trágico;

  • personagens complexos.

Principais obras de Liev Tolstói

  • Infância (1852) — novela.

  • Adolescência (1854) — novela.

  • Juventude (1856) — novela.

  • Felicidade conjugal (1859) — romance.

  • Os cossacos (1863) — romance.

  • Guerra e paz (1869) — romance.

  • Anna Karenina (1877) — romance.

  • Uma confissão (1882) — autobiografia.

  • A morte de Ivan Ilitch (1886) — novela.

  • A sonata a Kreutzer (1889) — novela.

  • O diabo (1889) — novela.

  • Ressurreição (1899) — romance.

  • O cupom falso (1904) — novela.

  • Hadji Murat (1904) — novela.

Análise da obra Guerra e paz, de Liev Tolstói

O romance histórico Guerra e paz foi publicado, pela primeira vez, em 1869. Atualmente, é uma das obras mais famosas de Tolstói. Nessa obra, personalidades históricas dividem espaço com personagens fictícios. Assim, Natacha, Nicolau, André Bolkonski e Pedro Bezukov são os personagens principais da narrativa.

Natacha é irmã de Nicolau Rostov. Eles são membros da aristocracia russa. Os dois estão apaixonados: Natacha pelo viúvo André, e Nicolau, por Sônia, a qual é sua prima. O amor entre os primos tem um empecilho: Sônia é pobre. Além disso, o jovem acaba se encantando por outra mulher, chamada Maria Bolkonskaia.

As histórias de amor da obra transcorrem no começo do século XIX. Porém, o suposto romantismo do livro é eliminado pelo adultério praticado por Helena. Pedro, seu marido, experimenta a angústia existencial e busca atingir a perfeição moral. Ele se apaixona por Natacha Rostov, a qual se torna mais religiosa após romper com André.

Durante a invasão napoleônica, Bezukov acaba preso por atentar contra a vida do imperador francês Napoleão Bonaparte (1769-1821). No cárcere, fica amigo do honesto Platão Karataiev, que talvez tenha atingido a superioridade moral tão ansiada por Pedro Bezukov.

O romance apresenta os conflitos pessoais de seus personagens, em um contexto de guerra e reflexões morais. No final, Pedro Bezukov ganha a liberdade, em duplo sentido, pois sai da prisão, mas também fica viúvo. Ele pode, assim, finalmente se casar com Natacha e ajudar a reconstruir a Rússia do pós-guerra.

Veja também: Machado de Assis — principal representante do realismo brasileiro

Frases de Liev Tolstói

A seguir, vamos ler algumas frases de Liev Tolstói, extraídas de suas obras Guerra e paz, O que é arte?, Sobre a questão sexual, O reino de Deus está dentro de nós e O espírito cristão e o patriotismo:

  • “O amor divino é imutável.”

  • “Não é possível ser bom pela metade.”

  • “Todas as famílias felizes são parecidas entre si. As infelizes são infelizes cada uma a sua maneira.”

  • “A arte e a ciência têm relação tão estreita como os pulmões e o coração.”

  • “Grandes obras de arte o são porque são acessíveis e compreensíveis para todos.”

  • “O governo é uma reunião de homens que violentam o resto dos homens.”

  • “Patriotismo é escravidão.”

Fontes

CASTRO, Eliana de. Religião e romantismo: o adultério de Anna Kariênina à luz da teoria romântica da paixão. 2018. Dissertação (Mestrado em Ciência da Religião) – Pontifícia Universidade Católica, São Paulo, 2018.

GOMES, Rebeca Carolinne Castro; FONTENELE, Laéria. Liev Tolstói: o romancista e o dogmático. Do Conflito perene à produção literária. Trivium, Rio de Janeiro, v. 10, n. 2, jul./ dez. 2018.

JAHN, Gary R. L. N. Tolstoy. In: TERRAS, Victor (ed.). Handbook of Russian literature. New Haven: Yale University Press, 1985. P. 476-480.

LE FIGARO. Léon Tolstoï a dit… Disponível em: http://evene.lefigaro.fr/citations/leon-tolstoi.

WEDEKIN, Luana Maribele; ZANELLA, Andrea Vieira. Arte e vida em Vigotski e o modernismo russo. Psicol. Estud., Maringá, v. 18, n. 4, out./ dez. 2013.

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