George Orwell

Por Warley Souza

George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) nasceu em 25 de junho de 1903, na Índia. Com menos de um ano de idade, o escritor foi morar na Inglaterra, onde estudou no Eton College. Mais tarde, trabalhou na Polícia Imperial Indiana, na Birmânia, e, também, lutou na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos.

Foi apenas em 1945 que o autor teve sucesso em sua carreira literária, com a publicação de seu livro A revolução dos bichos. Depois, o romancista publicou, em 1949, sua obra mais famosa, o livro 1984, que, assim como aquele, condena os regimes totalitários. Ele faleceu em 21 de janeiro de 1950, em Londres.

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Biografia de George Orwell

George Orwell, na BBC.
George Orwell, na BBC.

George Orwell (pseudônimo de Eric Arthur Blair) nasceu em 25 de junho de 1903, em Motihari, Índia. Seu pai — Richard Walmesley Blair (1857-1939) — era britânico, e Orwell teve uma educação inglesa, pois se mudou para a Inglaterra com apenas quatro meses de vida.

Estudou em St. Cyprian’s School, em Eastbourne, e, a partir de 1917, em Eton, um famoso colégio britânico. Em 1922, começou a trabalhar na Polícia Imperial Indiana, na Birmânia, mas, em 1927, abandonou o emprego para se dedicar à literatura. Então, no ano seguinte, foi para Paris, onde viveu cerca de um ano e meio.

No ano de 1933, publicou seu primeiro livroNa pior em Paris e Londres. Nessa obra, ele conta o que viveu nessas cidades. No fim de 1934, começou a trabalhar em uma livraria no bairro Hampstead, em Londres. Nessa cidade, ele conheceu Eileen O’Shaughnessy (1905-1945), com quem se casou.

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Já em 1936, decidiu conviver com os mineiros da cidade de Wigan para a escrita de seu livro, publicado no ano seguinte, intitulado A caminho de Wigan. No final de 1937, foi para a Espanha e lutou, durante seis meses, na Guerra Civil Espanhola, ao lado dos republicanos e contra o ditador Francisco Franco (1892-1975).

Em 1939, teve problemas no pulmão e precisou se tratar. Devido a isso, passou um tempo em Marrocos. Por causa de seu problema de saúde, foi rejeitado pelo serviço militar e não lutou na Segunda Guerra Mundial. Assim, de 1941 a 1943, trabalhou na BBC. Depois se tornou editor do Tribune, um periódico de esquerda.

Com a publicação do livro A revolução dos bichos, em 1945, George Orwell, finalmente, conseguiu fazer sucesso como escritor. Contudo, nesse mesmo ano, ele se tornou viúvo e, assim, ficou com a tarefa de criar, sem a esposa, o filho que os dois tinham adotado — Richard Horatio Blair.

A obra mais famosa de Orwell, o romance 1984, só foi publicada quatro anos depois. No entanto, o autor não pôde presenciar o grande sucesso do seu livro nos anos que seguiram à sua publicação, pois, devido à tuberculose, o romancista morreu em 21 de janeiro de 1950, em Londres, logo depois de se casar com Sonia Brownell (1918-1980).

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Características das obras de George Orwell

George Orwell foi um dos mais famosos escritores ingleses do século XX. Foi um autor do modernismo, e suas obras apresentam uma linguagem marcada pela simplicidade e objetividade, o que acaba atraindo leitoras e leitores no mundo inteiro. Ainda assim, suas temáticas nunca se aproximam da banalidade.

Suas obras mais famosas, isto é, A revolução dos bichos e 1984, são caracterizadas, respectivamente, pela alegoria e distopia. Desse modo, o autor construiu textos destituídos de qualquer idealização e apresentou uma visão pessimista da realidade e do futuro da humanidade.

As obras de Orwell estão associadas a um caráter ideológico, baseado na reflexão sobre liberdade e igualdade social. Desse modo, o autor lançou o seu olhar satírico sobre a realidade de seu tempo, quando a liberdade e a igualdade eram uma utopia para muitos intelectuais e artistas.

Posições ideológicas

  • Pró-socialismo

  • Pró-democracia

  • Antinazismo

  • Antifascismo

  • Antitotalitarismo

  • Antiestalinismo

  • Anticatolicismo

Principais obras de George Orwell

  • Na pior em Paris e Londres (1933)

  • Dias na Birmânia (1934)

  • A filha do reverendo (1935)

  • Mantenha o sistema (1936)

  • A caminho de Wigan (1937)

  • Lutando na Espanha (1938)

  • Um pouco de ar, por favor! (1939)

  • A revolução dos bichos (1945)

  • 1984 (1949)

Revolução dos bichos

Capa do livro “A revolução dos bichos”, de George Orwell, publicado pela Troia Editora.[1]
Capa do livro “A revolução dos bichos”, de George Orwell, publicado pela Troia Editora.[1]

A obra A revolução dos bichos critica o totalitarismo, faz uma alegoria da Revolução Russa de 1917 e, principalmente, ataca o stalinismo. Nesse livro, os animais da fazenda do senhor Jones se revoltam contra a exploração que os seres humanos exercem sobre eles e tomam o poder.

A partir daí, eles precisam organizar a nova sociedade animal, e os porcos, então, tomam a liderança e passam a governar a vida dos outros animais. Assim, um regime que, a princípio, pregava a igualdade, transforma-se em uma ditadura comandada por porcos.

Corrompidos pelo poder, os porcos passam, gradualmente, a se comportar como seus opressores, isto é, os seres humanos. Portanto, o narrador faz uma crítica sociopolítica e alegórica, em que os personagens representam:

  • o proletariado (os animais)

  • os capitalistas (os seres humanos)

  • os stalinistas (os porcos)

Logo após a revolução, os animais criam os Sete Mandamentos do Animalismo:

  1. “Qualquer coisa que ande sobre duas pernas é inimigo.”

  2. “O que ande sobre quatro pernas, ou tenha asas, é amigo.”

  3. “Nenhum animal usará roupa.”

  4. “Nenhum animal dormirá em cama.”

  5. “Nenhum animal beberá álcool.”

  6. “Nenhum animal matará outro animal.”

  7. “Todos os animais são iguais.”|1|

Com o passar do tempo, os porcos vão contrariar, e até alterar, em benefício próprio, esses mandamentos. De forma que aquilo que, a princípio, formava as bases de uma sociedade igualitária que visava ao bem comum, transforma-se em instrumento de opressão em uma sociedade comandada por líderes autoritários e corruptos.

No mais, a obra conta com personagens como:

  • Major (velho porco, alegoria de Karl Marx)

  • Garganta (porco responsável pela propaganda)

  • Mimosa (égua fútil, ignorante e alienada)

  • Moisés (corvo doméstico que traz a fuga da realidade por meio da crença)

  • Bola de Neve (porco que disputa o poder com Napoleão)

  • Napoleão (porco líder, alegoria de Stalin)

  • Quitéria e Sansão (cavalos dispostos a trabalhar e obedecer)

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Frases de George Orwell

A seguir, vamos ler algumas frases de George Orwell, extraídas de suas obras 1984 e A revolução dos bichos:

  • “As consequências de um ato estão incluídas no próprio ato.”

  • “Os melhores livros são os que dizem o que já sabemos.”

  • “O crime de pensar não leva à morte.”

  • “Você não tem nada, além dos poucos centímetros cúbicos do seu crânio.”

  • “Todos os animais são iguais, mas alguns animais são mais iguais do que os outros.”

Nota

|1| Tradução de Heitor Ferreira.

Crédito da imagem

[1] Troia Editora (reprodução)

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