Émile Zola

Por Warley Souza

Émile Zola foi um escritor do século XIX e um dos principais autores do naturalismo francês. Escreveu obras como “Germinal”, “O romance experimental” e “A besta humana”.

Émile Zola, em 1899.
Émile Zola, em 1899.

Émile Zola nasceu em 2 de abril de 1840, em Paris, na França. Ficou órfão de pai em 1847. Mais tarde, com 13 anos de idade, já escrevia seus primeiros textos literários e, com 20, decidiu fazer faculdade de Direito. Contudo, foi reprovado nos testes de ingresso no curso. Então, passou por dificuldades financeiras até conseguir emprego na editora Hachette.

O romancista, que morreu em 29 de setembro de 1902, em Paris, foi um dos principais nomes do naturalismo francês. Sua obra mais famosa é Germinal, publicada, pela primeira vez, em 1885. Nesse livro, é possível encontrar as duas principais características do naturalismo, isto é, o determinismo e a zoomorfização.

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Resumo sobre Émile Zola

  • Émile Zola, autor francês, nasceu em 1840 e faleceu em 1902.
  • Antes de seu sucesso como escritor, passou por dificuldades financeiras.
  • Seu envolvimento no caso Dreyfus quase o colocou na prisão.
  • O determinismo e a zoomorfização são as principais características de seus livros.
  • Pertencente ao naturalismo francês, e seu romance mais famoso é Germinal.

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Biografia de Émile Zola

Émile Zola nasceu em 2 de abril de 1840, em Paris, França, mas viveu sua infância na cidade de Aix-en-Provence, onde seu pai faleceu, em 1847. Mais tarde, estudou no colégio Bourbon, e logo manifestou seu interesse pela literatura. Assim, por volta de 1853, já escrevia seus primeiros textos literários.

Com 18 anos de idade, mudou-se para Paris. Dois anos depois, resolveu estudar Direito. Reprovado nos testes de ingresso, Zola precisou buscar um emprego para sobreviver, e, assim, trabalhou nas docas durante dois meses. Novamente desempregado, sofreu com a falta de dinheiro.

Em 1862, finalmente, conseguiu um emprego na editora Hachette e também no jornal L’Événement. Mais tarde, a partir de 1870, decidiu dedicar mais tempo à sua carreira de romancista, e, mais de uma década depois, tornou-se um dos mais importantes escritores naturalistas da Europa.

Mais tarde, em 1898, Zola, um dos escritores mais respeitados da França, envolveu-se no polêmico caso Dreyfus. Publicou, no jornal L’Aurore, sua famosa carta, dirigida ao presidente da república, em defesa de Alfred Dreyfus (1859-1935), um oficial judeu condenado por traição.

O documento tinha um sugestivo título: J’accuse...! (Eu acuso...!). Foi um escândalo, e Émile Zola, devido às acusações feitas na carta, foi condenado à prisão pelas autoridades francesas. Então, decidiu fugir para Londres, na Inglaterra, mas pôde voltar um ano depois, quando Dreyfus foi absolvido.

Assim, o autor entrou para a história da França como um homem contrário às injustiças sociais. Tal sentimento de justiça está presente também em seus romances. Quando faleceu, em 29 de setembro de 1902, em Paris, asfixiado por causa de um problema na lareira de sua casa, houve quem sugerisse que ele tinha sido vítima de assassinato.

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Características literárias de Émile Zola

Autor do naturalismo francês, Émile Zola escreveu obras que apresentam estas principais características:

  • escrita objetiva: linguagem destituída de sentimentalismo;
  • antirromantismo: ausência de idealizações;
  • cientificismo: supervalorização dos métodos científicos;
  • crítica sociopolítica: discussão dos problemas da sociedade;
  • determinismo: influência do meio, raça e época em que vivem os personagens;
  • zoomorfização: atribuição de características animalescas a seres humanos.

→ Videoaula sobre naturalismo

Obras de Émile Zola

  • Contos a Ninon (1864)
  • A confissão de Claude (1865)
  • O meu ódio (1866)
  • Os mistérios de Marseille (1867)
  • Thérèse Raquin (1867)
  • Madeleine Férat (1868)
  • A fortuna dos Rougon (1870)
  • O regabofe (1871)
  • O ventre de Paris (1873)
  • Novos contos a Ninon (1874)
  • A conquista de Plassans (1874)
  • Os herdeiros Rabourdin (1874)
  • O crime do padre Mouret (1875)
  • O senhor ministro (1876)
  • A taberna (1876)
  • Uma página de amor (1878)
  • O botão de rosa (1878)
  • Naná (1879)
  • Madame Sourdis (1880)
  • O romance experimental (1880)
  • O capitão Burle (1882)
  • A roupa suja (1882)
  • O paraíso das damas (1883)
  • A alegria de viver (1884)
  • Germinal (1885)
  • A obra (1886)
  • A terra (1887)
  • O sonho (1888)
  • A besta humana (1890)
  • O dinheiro (1891)
  • A derrocada (1892)
  • O doutor Pascal (1893)
  • Lourdes (1894)
  • Roma (1896)
  • Paris (1898)
  • Fecundidade (1899)
  • A verdade em marcha (1901)

Germinal

Capa do livro Germinal, de Émile Zola, publicado pela editora Estação Liberdade.[1]
Capa do livro Germinal, de Émile Zola, publicado pela editora Estação Liberdade.[1]

Germinal, principal romance naturalista de Émile Zola, mostra as condições subumanas a que são submetidos os trabalhadores das minas de carvão na França do século XIX. Portanto, é uma obra de cunho socialista que critica a exploração da mão de obra de indivíduos mantidos na miséria para o enriquecimento da elite burguesa.

Seu protagonista é Etienne Lantier, um desempregado que chega à cidade de Montsou, vindo de Marchiennes, onde não conseguiu trabalho, e logo é empregado na mina de Voreux. Esse meio é responsável pela animalização de seus trabalhadores. Assim, observamos o determinismo e a zoomorfização, as duas principais características naturalistas.

É por influência de Etienne que os mineiros decidem fazer uma greve, na esperança de saírem da miséria em que vivem, e cessam o trabalho desumano. Sem salário, têm muitas dificuldades para sobreviver. Quando suas reivindicações são ignoradas, eles entram em sangrento confronto com a força policial.

No fim, apesar da aparente derrota, Etienne carrega a seguinte certeza:

“Hoje, o trabalho de bestas, mortal, mal pago, recomeçava. Debaixo do chão, muito no fundo, a setecentos metros, parecia-lhe ouvir golpes surdos, regulares, constantes: eram os companheiros que vira descer, os negros companheiros que cavavam, cheios de um ódio silencioso. Sem dúvida tinham sido derrotados, pois haviam deixado dinheiro e mortos, mas Paris não esqueceria os tiros da Voreux, o sangue do império também correria por aquela ferida incurável. [...], o estado de guerra continuaria, a paz agora era impossível. Os mineiros já sabiam quantos eram, já conheciam sua força, tinham sacudido com seu grito de justiça os operários da França inteira.”|1| 

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Frases de Émile Zola

Vamos ler, a seguir, algumas frases de Émile Zola, retiradas de suas obras A verdade em marcha, O meu ódio, Romance experimental e O dinheiro:

“A verdade está em marcha e nada vai impedi-la.”

“O ódio é sagrado.”

“O romancista é feito de um observador e de um experimentador.”

“Mãe, eu tenho algo meu que não seja seu?”

“O ódio é a indignação de corações fortes e poderosos.”

Nota

|1| Tradução de Francisco Bittencourt.

Crédito da imagem

[1] Editora Estação Liberdade (reprodução)

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