Joaquim Manuel de Macedo

Por Luiza Pezzotti Pugles

Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) foi um escritor brasileiro do século XIX. Inaugurou o romantismo no Brasil pelo livro “A Moreninha”.

Joaquim Manuel de Macedo, escritor brasileiro do romantismo, em 1866.
Joaquim Manuel de Macedo, escritor brasileiro do romantismo, em 1866.

Joaquim Manuel de Macedo (1820-1882) foi um escritor brasileiro. Nasceu no Rio de Janeiro e mudou-se para a capital do estado para estudar Medicina. Não exerceu a profissão por muito tempo, já que se dedicou logo às artes literárias. Publicou o romance A Moreninha no mesmo ano da sua formatura (1844), e a obra já ficou amplamente conhecida. O livro foi um marco ao, de acordo com a crítica, inaugurar o romantismo no Brasil. Ele seguiu publicando e fundou a revista Guanabara (1849). Além disso, envolveu-se na política de 1850 a 1881. Faleceu em 1882.

Leia também: Bernardo Guimarães — autor do famoso romance regionalista A escrava Isaura

Resumo sobre Joaquim Manuel de Macedo

  • Joaquim Manuel de Macedo nasceu em 24 de junho de 1820, em São João de Itaboraí.
  • Mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro para estudar Medicina.
  • Formou-se em 1844.
  • Exerceu a profissão brevemente.
  • Passou a se dedicar à escrita.
  • Publicou sua obra prima, A moreninha, em 1844.
  • O livro inaugurou o romantismo no Brasil.
  • Ele publicou outros romances, crônicas e textos de teatro.
  • Fundou a revista Guanabara (1849).
  • Foi professor de História e Geografia.
  • Juntou-se ao Partido Liberal de 1850-1881.
  • Foi escolhido como patrono da Academia Brasileira de Letras (cadeira nº 20).
  • Morreu em 1882.

Biografia de Joaquim Manuel de Macedo

Joaquim Manuel de Macedo nasceu em 24 de junho de 1820, no estado do Rio de Janeiro (em São João de Itaboraí). Foi filho de Severino de Macedo Carvalho e Benigna Catarina da Conceição. Mudou-se para a capital do estado para cursar Medicina. Formou-se em 1844 e exerceu a profissão por pouco tempo, já que passou a se dedicar às artes literárias logo em seguida.

No mesmo ano, publicou sua obra prima, o romance A Moreninha, que o tornou conhecidíssimo e transformou-se em um marco por ser conhecido como o primeiro romance brasileiro.  Alguns indicam que a protagonista teria sido baseada em Maria Catarina de Abreu Sodré, sua namorada e futura esposa.

As próximas décadas foram marcadas pela produção literária de teatro, crônicas e romances, além de contribuir para jornais. Em 1849, fundou a revista Guanabara na companhia de Araújo Porto-Alegre e Gonçalves Dias, também escritores. Publicou nela, na forma de folhetim, partes de seu romance em forma de poema narrativo A Nebulosa, considerado um dos mais importantes do romantismo.

Novos focos cercaram os próximos anos. Além de ter sido professor de História e Geografia no Colégio Pedro II, juntou-se ao Partido Liberal de 1850-1881. Ele faleceu em 1882.

  • Joaquim Manuel de Macedo na Academia Brasileira de Letras

Joaquim Manuel de Macedo é o patrono da cadeira nº 20 da Academia Brasileira de Letras (ABL). Ele foi selecionado por Salvador de Mendonça (1841-1913), um dos fundadores da ABL, que teve sua sessão inaugural em 1897.

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Características da obra de Joaquim Manuel de Macedo

    • É baseada na burguesia carioca da segunda metade do século XIX.
    • Retrata o cotidiano e os costumes.
    • Foco na vida familiar.
    • Amor como tema central.
    • Presença do humor.
    • Sentimentalismo.
    • Coloquialismo.
    • Repetição elementos e temáticas.

Principais obras de Joaquim Manuel de Macedo

    • A Moreninha, 1844
    • O moço loiro, 1845
    • Os dois amores, 1848
    • O cego, 1849
    • Rosa, 1849
    • Vicentina, 1854
    • O forasteiro, 1855
    • O fantasma branco (ópera), 1856
    • A Nebulosa, 1857
    • O primo da Califórnia, 1858
    • Luxo e vaidade, 1860
    • Um passeio pela cidade do Rio de Janeiro (2 vols.), 1862-1863
    • O culto do dever, 1865
    • A luneta mágica, 1869
    • O rio do quarto, 1869
    • As vítimas-algozes, 1869
    • As mulheres de mantilha, 1870
    • A namoradeira, 1870
    • Remissão de pecados, 1870
    • Memórias da Rua do Ouvidor, 1878
    • A Moreninha, 1844

Resumo de A Moreninha

Capa do romance “A Moreninha” da editora FTD. [1]
Capa do romance “A Moreninha” da editora FTD. [1]

O romance A Moreninha, de 1844, narra a história de quatro estudantes de Medicina, Augusto, Fabrício, Filipe e Leopoldo, que vão passar o feriado de Sant’Ana na Ilha de Paquetá, no Rio de Janeiro, na casa da avó de Filipe. Assim, ele desafia Augusto a conquistar uma das meninas e fica acordado que, se ele se apaixonasse, deveria escrever um romance contando essa história.

Apesar de algumas provocações de Fabrício afastarem as meninas do amigo, Augusto se apaixona por Carolina, “a Moreninha”, irmã de Filipe. O único problema da união é que, na infância, o menino e uma garota que ele conheceu na praia tiveram o casamento “profetizado” por um velho. Assim, ele deu a ela um camafeu enrolado em uma fita verde e ela lhe deu uma esmeralda, como símbolo de compromisso, mas nunca mais se viram.

Foto da Ilha de Paquetá (RJ), onde o romance se passa, em 1908.[2]
Foto da Ilha de Paquetá (RJ), onde o romance se passa, em 1908.[2]

Os meninos voltam à faculdade, mas Augusto fica com saudades de Carolina e os dois se reencontram. Mesmo após percalços, o romance é resolvido quando ele descobre que ela é a garota de sua infância, já que Carolina lhe entrega o embrulho do camafeu. Assim, ele escreve o romance.

Essa obra é considerada por muitos como a inauguração do romantismo no país. Alguns acreditam que a moça teria sido baseada em Maria Catarina de Abreu Sodré, namorada, na época, e futura esposa do autor. As características principais de suas obras repetem-se, com o amor como temática central, e o sentimentalismo, o coloquialismo e a representação da burguesia carioca como demais elementos. O livro foi adaptado, diversas vezes, para o cinema e para a TV e ainda é conhecido.

Leia também: Iracema — outra obra da fase inicial do romantismo brasileiro

Frases de Joaquim Manuel de Macedo

“Amor?... Amor não é efeito, nem causa, nem princípio, nem fim, e é tudo isso ao mesmo tempo; é uma coisa que... sim... finalmente, para encurtar razões, amor é o diabo.”|1|

“Será a tua próxima convicção de que é melhor ser cego, do que ver demais.”|2|

“O amor é um anzol que, quando se engole, agadanha-se logo no coração da gente, donde, se não é com jeito, o maldito rasga, esburaca e se aprofunda.”|3|

Créditos das imagens

[1] Editora FTD (reprodução)

[2] Arquivo Nacional (domínio público)

Notas

|1| MANUEL DE MACEDO, J. A Moreninha. São Paulo: DCL, 2017.

|2| MANUEL DE MACEDO, J. A luneta mágica. [s.l.] BOD GmbH DE, 2019.

|3| MANUEL DE MACEDO, J. A Moreninha. São Paulo: DCL, 2017.

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