Critérios de avaliação da redação do Enem

Por Mariana do Carmo Pacheco

Entender os critérios de avaliação da redação do Enem é um dos principais degraus para a nota mil.

Entender os critérios de avaliação da redação do Enem é um passo importante para produzir um bom texto
Entender os critérios de avaliação da redação do Enem é um passo importante para produzir um bom texto

Para quem quer conseguir um ótimo resultado no Enem, se sair bem na redação é obrigatório. Muitos candidatos acham que a melhor saída para se dar bem na prova é acertar o tema, ou seja, já ter produzido uma redação do tema ali proposto, porém, não é essa a principal ferramenta que permitirá a produção de um bom texto. Estar preparado de verdade é ter condições e habilidades de produzir um texto independentemente do tema proposto pela banca avaliadora.

Para produzir um bom texto, o aluno precisa, antes de tudo, entender quais são os mecanismos de avaliação da instituição. Só assim ele saberá o que a banca espera que seja produzido. Portanto, para elaborar uma boa redação, é crucial entender os critérios de avaliação.

Uma boa comprovação disso na redação do Enem é: você escreve um texto sem desvios gramaticais, apresenta e fundamenta um ponto de vista e faz referência às várias áreas de conhecimento. Aparentemente, está tudo certo para um texto dissertativo-argumentativo. Entretanto, sua nota máxima seria 800. Você sabe por quê? Se você tivesse analisado a chave de correção do Enem, já teria notado que é obrigatório apresentar proposta de solução para os problemas discutidos ao longo do texto, critério que varia entre 0 e 200 pontos.

Fica evidente, dessa forma, que ter conhecimento sobre os critérios de avaliação da redação do Enem é, também, conteúdo a ser estudado para a prova de redação.
A correção das redações do Enem é organizada em cinco competências:

Competência I – Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa

O uso da língua, tanto na fala quanto na escrita, variará de acordo com as condições de produção: roda de amigos, sala de aula, reunião de trabalho, entrevista de emprego, apresentação de programa de TV etc. Essa adequação caberá ao falante, pois é ele que determinará as possibilidades da língua que estarão mais adequadas dentro de determinado contexto. Encontramos aqui, então, o problema mais comum nas redações de jovens do ensino médio: adequação da linguagem. A confusão entre a modalidade oral/informal e a modalidade formal.

Fala

Escrita

espontânea

monitorada

face a face

interlocutor distante

repetições, desvios, ausência de concordância

controle das repetições, de concordância e da organização sintática


A língua escrita tem uma desvantagem em relação à língua falada: ela não dispõe de recursos como expressões faciais, entonação, gestos, o que enriquece a língua oral. Por isso, ao escrever, precisamos responder às exigências da língua escrita, pois o nosso interlocutor está distante e precisamos garantir a compreensão.

Competência II – Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo em prosa.

Devemos ter em mente que assunto e tema são elementos diferentes quando estamos pensando na produção de um texto. O assunto é mais amplo, mais genérico e pode ser desdobrado em temas. O tema, dessa forma, é o recorte de um assunto.

Assunto

Tema

Cidadania

Transporte público, mobilidade urbana, lixo etc.

Publicidade e propaganda

Publicidade infantil, propagandas de bebidas alcoólicas etc.

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Violência

Violência contra a mulher, violência no trânsito, lei da palmada etc.


Tendo isso em vista, o candidato precisa reconhecer, desde o início da leitura do tema e coletânea, qual foi o recorte temático proposto pela banca avaliadora. Só assim ele será capaz de desenvolver um texto dissertativo-argumentativo, com introdução, desenvolvimento e conclusão, atestando ter compreendido a proposta de redação em questão.

Competência III – Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista.

Organização é um aspecto que deve ser prioridade ao produzir uma redação no Enem. Para que isso seja alcançado, é necessário que as informações, opiniões e argumentos selecionados por você estejam em sintonia, ou seja, aquilo que foi observado por você e mereceu lugar em seu texto deve: relacionar-se com as outras ideias, estar nos parágrafos adequados do texto e ter sido interpretado por você. Além disso, tudo isso deve ser feito com um único propósito: defender um ponto de vista.

Percebam que toda a organização do texto se dará pelo ponto de vista. Logo, uma dica para que você produza uma redação que apresente claramente um projeto de texto é: tenha sua opinião delineada assim que você terminar a leitura dos textos motivadores.

Competência IV – Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação.

Para que um texto seja produzido de forma satisfatória, é necessário que as ideias estejam articuladas. Sabe o que isso significa na prática? A articulação de um texto pode ser construída por meio de vários recursos, os quais são denominados de “recursos coesivos”. Alguns dos exemplos mais comuns são os conectores:

Dúvida

Talvez, provavelmente, possivelmente, porventura, é provável, se é que etc.

Conclusão

Portanto, em suma, por isso, logo, dessa forma, assim etc.

Adição

Além disso, (a)demais, outrossim, ainda mais, ainda por cima, por outro lado, também etc.

Contraste, oposição

Pelo contrário, em contraste com, salvo, exceto, porém, menos, mas, contudo, todavia, entretanto, no entanto, embora, apesar de, ainda que etc.


Além desses conectivos textuais, as marcas de gênero, os pronomes pessoais e os tempos verbais funcionam também como elos coesivos. Cada um desses elementos são responsáveis por concatenar ideias, ligar aspectos do texto, ou seja, tornam possível a progressão textual.

Competência V – Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.

A quinta competência, assim como já citado no início do texto, é o critério que indica a obrigação da existência de ações que possam solucionar os problemas discutidos ao longo do texto. Essas intervenções precisam, antes de tudo, respeitar os direitos humanos, que são diretrizes de elaboração de toda a prova do Exame Nacional do Ensino Médio.

Ações governamentais, iniciativas privadas, organizações sociais são áreas bastante exploradas pelos candidatos para a elaboração de ações de intervenção.

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